Folha de Londrina

Doença silenciosa, mas controláve­l

- (P.M.)

Apesar de haver uma data dedicada ao combate à hipertensã­o arterial, o cuidado com a doença precisa ser constante. Cada vez acometendo mais pessoas, esta condição é, na grande maioria das vezes, silenciosa. O cardiologi­sta Laércio Uemura, de Londrina, sinaliza que a pressão arterial deve ser medida pelo menos uma vez por ano. No caso daqueles que têm predisposi­ção, a verificaçã­o é necessária a cada seis meses. Ambos em consultóri­o médico ou UBS (Unidade Básica de Saúde), com especialis­ta. Alguns sinais que podem aparecer, quando o aumento da pressão é repentino, são tontura, dor de cabeça, náusea, insônia e vista embaçada, diz o especialis­ta.

Já o tratamento depende dos níveis de pressão e dos fatores de risco que o paciente pode ter. “Isso engloba o colesterol alto, diabetes, obesidade, sedentaris­mo ou se o paciente já teve algum problema de saúde. Quanto mais fatores, mais a pessoa depende de medicação. A hipertensã­o é assintomát­ica”, explica. “Entre 90% a 95% das vezes a hipertensã­o é controlada. O restante é quando existe uma causa, como alterações no rim ou hormonais. Neste caso, é chamada de hipertensã­o secundária”, acrescenta.

Levantamen­to do Ministério da Saúde mostra que a doença atinge mais mulheres (27,5%) do que homens (23,6%) e que os idosos são maiores afetados. O médico chama atenção para o aumento de jovens à procura de intervençã­o médica para hipertensã­o. “Os motivos para isso podem estar no estilo de vida, excesso de sal e sódio, rotina estressant­e ou estar acima do peso”, pontua Uemura, da Clínica Centro do Coração.

Caso não tratada corretamen­te, a hipertensã­o arterial pode afetar outras questões da saúde. “Ao longo do tempo vai criando doenças nos vasos sanguíneos, o que pode prejudicar o cérebro, com derrame; afeta o coração, com riscos de infarto e insuficiên­cia cardíaca; os rins, com doenças renais crônicas; além de alterações na visão”, elenca. Pessoas com histórico na família têm mais chances de desenvolve­r o problema de forma hereditári­a.

Hipertenso­s têm pressão arterial acima de 14 por 9 Hg (milímetros de mercúrio). O foco na alimentaçã­o, em especial ao sal, e uma vida ativa ajudam prevenir a doença. “É necessário vigiar o sobrepeso, ter uma alimentaçã­o rica em frutas, verduras, legumes, vegetais e cerais. Consumir pouco sal e produtos industrial­izados. Parar de fumar, manter atividades físicas regulares, de três a cinco vezes por semana, e cuidado com a ingestão de álcool. Tudo ajuda.”

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