Polícia Federal está pleiteando formalmente a transferência de Lula.
Novo intento da oposição teria sido frustrado, nesta terça-feira (24), com a negativa pela juíza competente de visita parlamentar ao ex-presidente Lula. Enquanto persistir a negativa, mais se assanharão os manifestantes para destilar verdades convenientes como a da Dilma Rousseff de que, até mesmo no regime militar havia franquia para visita aos presos, como teria ocorrido com ela. Fica bem claro que o importante é pressionar e tirar partido da solução proposta, como se viu no caso da comissão de direitos humanos em que se admitiu a tal inspeção.
A Polícia Federal está pleiteando formalmente a transferência de Lula, face aos problemas que está gerando ao afetar o ambiente de trabalho e criando conflitos, isso sem falar nos custos. Há muito tempo essa pretensão já estava colocada, mas acaba de ser concretizada. No momento, há uma perspectiva de afrouxamento (isso animou o senador Requião a declarar que Lula estará livre brevemente) no fato de que a Segunda Turma do STF deve apreciar recurso virtual admitido na segunda (23)pelo ministro Edson Fachin. É que essa Turma tem maioria contra a prisão de condenados em segunda instância. Dias Toffoli, Ricardo Levandovski, Gilmar Mendes e Celso de Mello, que a integram, têm posição que pode beneficiar o expresidente na reclamação feita por sua defesa e centrada no argumento de que a jurisprudência assentada não implica que a prisão seja automática em todos os casos.
O fato é que a encenação na Polícia Federal serviu mais uma vez para políticos criticarem a juíza que, “por se julgar uma deusa”, sofrerá representação no Conselho Nacional de Justiça, onde constava na pauta de terça-feira (24) uma censura contra Sergio Moro, de dois anos atrás, naquela gravação da conversa entre Dilma e o seu antecessor, aquela do mensageiro Bessias. Tudo é lucro, como se bola na trave pudesse ser comemorada como gol. E saem para o abraço dos acampados, a galera de estimação.