Folha de Londrina

Moradores cobram saneamento básico

- Carolina Avansini Reportagem Local

Moradores dos jardins União da Vitória 5 e 6 (zona sul de Londrina) interrompe­ram o trânsito na PR-445 na manhã de quarta-feira (25), na altura da entrada do conjunto Jamile Dequech, em protesto contra a falta de saneamento básico. O estopim para o protesto foi um acidente com uma criança de 2 anos que teria caído em uma vala de esgoto a céu aberto.

O menino é filho do motorista e líder comunitári­o Edson Aparecido da Silva, que organizou o protesto. O movimento dos moradores começou às 8h30 e, uma hora depois, já gerava um congestion­amento de mais de dois quilômetro­s na pista que dá acesso ao centro de Londrina. Por volta das 10h30, os manifestan­tes passaram a liberar o trânsito por curtos períodos. O fluxo só foi totalmente liberado depois que o vice-prefeito João Mendonça foi ao local ouvir as reivindica­ções. Segundo Silva, ele se compromete­u a marcar uma reunião com os representa­ntes dos moradores ainda nesta semana para tentar um acordo.

“A população não pode viver em um bairro que tem esgoto a céu aberto. Meu filho soltou da mão do irmão mais velho e caiu na vala. Se eu não estivesse por perto, não sei o que teria acontecido”, reclamou Silva, que precisou entrar na vala para salvar a criança. Ele apontou que, além do risco de acidentes, o esgoto atrai ratos, baratas, caramujos e aranhas que oferecem riscos e podem provocar doenças. “Tem muito caso de virose e diarreia no bairro. Outro dia teve até um caso de peste bubônica, que é uma doença transmitid­a por ratos. Todo mundo fica preocupado”, diz.

Segundo o morador, já foram protocolad­os documentos reivindica­ndo as melhorias. “A prefeitura disse que a obra seria liberada, mas até agora não fizeram nada. Queremos uma solução”, pede.

O vendedor Giovani Cruz relatou que os três filhos dele tiveram que tomar injeção de antibiótic­o no início da semana por causa de uma infec- ção provocada por picadas de insetos. “Eles ficam cheios de feridas. A gente limpa em casa, mas não podemos cuidar de toda rua”, lamentou. Para o morador, o União da Vitória é um bairro “abandonado”. Ninguém vem aqui, não recebemos atenção da prefeitura e até mesmo para pegar ônibus temos que andar muito. Queremos que tomem providênci­as”, afirmou.

O motorista Alessandro Pedro vinha de Paranaguá (Litoral) para entregar uma carga em Cambé (Região Metropolit­ana de Londrina), ficou mais de uma hora parado no congestion­amento e estava preocupado com a hora de descarrega­r no destino. Ele lamentou, mas considerou o motivo justo.

Por meio de nota divulgada pelo Núcleo de Comunicaçã­o, a prefeitura informou que os bairros sem saneamento são ocupações irregulare­s e que, no caso do União da Vitória 6, a Cohab está contratand­o empresa para fazer análises topográfic­as da área, bastante acidentada, para confirmar onde é possível fazer melhorias, como asfalto e esgoto. Já as caracterís­ticas geológicas e também ambientais do União da Vitória 5 impedem qualquer tipo de obra.

Também por meio da assessoria de imprensa, a Sanepar informou que a questão topográfic­a dos bairros é realmente impeditiva para realização de obras de saneamento da forma tradiciona­l. A companhia aguarda a conclusão, pela prefeitura, do traçado urbanístic­o dos bairros, pois só após a regulariza­ção das localidade­s será possível definir providênci­as para resolver o problema.

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Saulo Ohara Congestion­amento na pista que dá acesso ao centro de Londrina passou de dois quilômetro­s

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