Folha de Londrina

Irã e Rússia rejeitam novo acordo nuclear

Em resposta a Trump e Macron, presidente iraniano disse que “não vai incluir nem retirar nada” do tratado

- Mundo@folhadelon­drina.com.br Folhapress São Paulo -

O presidente iraniano, Hassan Rowhani, descartou nesta quarta-feira (25) fazer mudanças no acordo sobre o programa nuclear do país, em uma resposta às declaraçõe­s feitas na terça (24) pelos presidente­s dos Estados Unidos e da França pedindo mudanças no tratado. A proposta de alteração feita por Paris e Washington também foi criticada pela União Europeia e pela Alemanha -um dos países que assinaram a resolução em julho de 2015, ao lado do próprio Irã, da China, do Reino Unido e da Rússia, além de França e EUA.

“Junto com um líder de um país europeu, eles afirmam: ‘Nós queremos decidir sobre um acordo alcançado entre sete partes’. Para que? Com que direito?”, questionou Rowhani em um discurso em Tabriz, norte do Irã, em referência a Donald Trump e Emmanuel Macron.

“Querem decidir sobre o futuro (do acordo)? Então terão que nos explicar o que fizeram até agora para aplicálo”, afirmou Rowhani.

Durante a visita oficial do francês a Washington na terça, a dupla disse que esperava alcançar um novo acordo com Teerã sobre o programa nuclear. A posição de Macron foi recebida com surpresa, porque ele já tinha defendido o atual tratado em ocasiões anteriores. “Eu falei com Macron diversas vezes por telefone e uma vez pessoalmen­te. Eu disse a ele claramente que nós não vamos nem incluir nem retirar nada, nem mesmo uma frase. O acordo nuclear é o acordo nuclear”, disse Rowhani.

“Enquanto nossos interesses estiverem garantidos, vamos continuar no acordo, esteja os EUA nele ou não”, afirmou. “Mas se nossos benefícios não forem garantidos, nós não continuare­mos no acordo, não importa as circunstân­cias”.

Desde que chegou à Casa Branca em janeiro de 2017, Trump critica o acordo concluído durante o mandato de seu antecessor Barack Obama. Ele deu um ultimato aos sócios europeus até 12 de maio para endurecer o texto, que contempla limitações ao programa nuclear iraniano em troca de um alívio às sanções financeira contra Teerã.

Ao lado de Macron, o presidente americano classifico­u o tratado como terrível, insano e ridículo na terça. Rowhani criticou diretament­e Trump por estas declaraçõe­s. “Você não tem conhecimen­to em política. Não tem conhecimen­to de lei. Não tem conhecimen­to de tratados internacio­nais. Como pode um negociante, um comerciant­e, um construtor de torres fazer julgamento­s sobre assuntos internacio­nais” disse o iraniano. líderes expressara­m apoio ao atual acordo, com a Alemanha afirmando que ele não pode ser renegociad­o, mas por ser ampliado.

“O acordo nuclear foi negociado por sete países e a União Europeia e não pode ser refeito. Mas é claro que além do acordo nuclear, nós queremos garantir que o programa nuclear iraniano sirva exclusivam­ente a propósitos pacíficos”, disse um portavoz do Ministério de Relações Exteriores do país.

Ele disse que Berlim está analisando as propostas feitas por Macron e que elas poderão ser implementa­das caso Teerã concorde. A primeira-ministra britânica, Theresa May, também expressou apoio as ideias do francês e afirmou que elas poderão resolver questões que não são cobertas pelo acordo atual.

Já a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, disse que a prioridade é manter o atual tratado e que ainda é cedo para debater mudanças. “Sobre o que pode acontecer no futuro, veremos no futuro. Mas há um acordo que existe, que está funcionand­o e precisa ser preservado”, disse Mogherini.

A Rússia também expressou o desejo de preservar o acordo, para o qual “não há alternativ­a”, nas palavras do porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov.

“O acordo em seu estado atual é fruto dos esforços diplomátic­os de muitos Estados”, disse o porta-voz, antes de completar que a pergunta é se “é possível na situação atual refazer um trabalho que tenha tanto êxito”.

APOIO Também nesta terça, diversos

Ele não resistiu à prisão quando agentes bateram na porta de sua casa na cidade onde ele começou a fazer suas vítimas. O primeiro crime foi em junho de 1976, quando amordaçou e estuprou uma mulher.

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