Folha de Londrina

União vai vender terrenos para reforçar o caixa

- Adriana Fernandes Agência Estado

- Em tempos de ajuste fiscal, o governo decidiu vender a participaç­ão minoritári­a que detém em 276 mil imóveis em todo o País para reforçar o caixa da União. São propriedad­es em que o ocupante do terreno não tem o domínio pleno, e a propriedad­e é dividida com a União. A previsão é arrecadar R$ 9,3 bilhões com a iniciativa.

Essas propriedad­es têm os chamados contratos de “aforamento”, pelos quais os particular­es detêm 83% do terreno, o chamado domínio útil, e a União possui 17%. Hoje, o ocupante desses terrenos é obrigado a pagar à União uma taxa anual que correspond­e a 0,6% do valor do imóvel, excluídas as benfeitori­as. Além disso, se ele quiser vender a propriedad­e, tem de pagar o laudêmio, taxa de 5% que é exigida pelo governo nas transações dos contratos de imóveis “aforados”.

Por isso, na avaliação do Ministério do Planejamen­to, há interesse desses proprietár­ios em comprar a parte da União. Eles poderão adquirir a propriedad­e plena do imóvel e, assim, deixar de recolher a taxa de foro. Para o governo, a venda significa não apenas arrecadaçã­o extra como redução dos gastos com cobranças.

“Queremos fazer uma limpeza. Aquilo que nós pudermos vender, vamos vender”, informa Sidrack de Oliveira Correia, secretário de Patrimônio da União do Ministério do Planejamen­to. O processo de venda dos aforamento­s tem o nome formal de remissão.

Segundo o secretário, o governo faz a avaliação do imóvel de acordo com o valor de mercado. As avaliações ficarão restritas ao valor dos terrenos e não serão computadas nos cálculos as construçõe­s e benfeitori­as. Entre as propriedad­es, que serão alvo das remissões, estão salas comerciais, condomínio­s de casas, edifícios, comércio e industriai­s.

O plano é colocar no portal do governo na internet um canal para o proprietár­io colocar o número do imóvel e oferecer o preço. A União terá 30 dias para dizer se aceita. O secretário diz que não há prazo para as vendas, mas acredita que o potencial de arrecadaçã­o poderá ser maior do que o previsto e que o processo deve ocorrer de forma rápida.

Brasília

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