‘A família toda acaba se animando’
Formando um grande círculo no centro do salão da igreja Nossa Senhora das Graças, na região sul de Londrina, os idosos unem suas diferentes histórias e trajetos para juntos aprenderem a conviver com qualidade de vida diante da mesma doença: o Parkinson. Alguns com mais dificuldade do que outros, eles se esforçam para cumprir as atividades propostas. Dos mais recentes ao mais antigos, os pacientes apontam que as melhorias são perceptíveis na rotina.
“Me restabeleci muito. Quando entrei no projeto foi como se o Parkinson tivesse parado de progredir. Hoje consigo fazer todo os meus serviços de casa, e que gosto. Formamos uma família e penso que isso ajuda, porque nos incentiva”, enaltece a aposentada Matilde Segantini, 78, que há oito anos participa do projeto que tem como base a fisioterapia. Moradora da região central, ela orgulha-se de conseguir ir sozinha as sessões.
Segantini conta que a descoberta sobre o Parkinson veio depois de uma parente notar tremor em suas mãos. “Minha sobrinha me falou que estava tremendo a todo instante. Eu mesma não havia reparado. Procurei o médico e ele deu o diagnóstico. Estava no começo e fui em busca do tratamento, encontrando o projeto de forma rápida”, relembra. “Na segunda-feira faço alongamento para manter uma vida ativa.”
Responsável por levar a mãe, Almira Souza, 89, nas aulas do projeto, a cabeleireira Maria Regina Souza demonstra com palavras a alegria de vê-la bem. “A interação com o restante dos idosos é excelente para ela. Com isso, não vai se limitando. Vejo que vem com prazer e que gosta muito. A família toda acaba se animando”, relata. A identificação da doença em Almira foi há dois anos.
Para Maria, os exercícios com bola são os que mais desenvolvem a cognição de sua mãe. “Ela chega cansada em casa depois da aula, mas no outro dia já está disposta. A memória dela está ótima. Quando começou no projeto, há um ano, precisava de duas fisioterapeutas acompanhando. Hoje é necessário apenas uma”, comemora. De acordo com ela, o conhecimento sobre a iniciativa veio em conversa com enfermeiros de um posto de saúde.
“Minha sobrinha falou que eu estava tremendo a todo instante”