Folha de Londrina

Após a tragédia, as providênci­as

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Oincêndio seguido de desabament­o de um prédio no centro da cidade de São Paulo é mais uma prova da incapacida­de do brasileiro em tomar medidas preventiva­s que evitem esse tipo de tragédia - que poderia ser evitada. Foi assim após o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 2013, quando 242 pessoas perderam a vida. A partir daí as autoridade­s começaram a se preocupar mais com a segurança em casas noturnas e revisaram normas e procedimen­tos. Mas cinco anos depois do segundo incêndio mais mortífero do País, familiares das vítimas ainda cobram punição para os responsáve­is. O incêndio com maior número de mortos aconteceu em 1961, no Gran Circus Norte-Americano, em Niterói, no Rio de Janeiro, quando 503 pessoas perderam a vida.

O prédio que desabou na capital paulista ficava localizado no largo Paissandu e pertencia à União. O imóvel sediou durante anos a Polícia Federal, mas estava ocupado por pessoas de um movimento de semteto. Moravam ali cerca de 150 famílias que pagavam aluguel de até R$ 400,00 para coordenado­res do Luta Por Moradia Digna. O Corpo de Bombeiros buscava nesta quarta-feira (2) quatro moradores desapareci­dos. Mas o número de vítimas pode ser maior.

As condições eram extremamen­te precárias, segundo os sobreviven­tes relataram às autoridade­s. Não havia extintores, sistema de hidrantes e as instalaçõe­s elétricas eram irregulare­s. Agora, as autoridade­s anunciam que farão vistorias e tomarão providênci­as.

A precaridad­e não está apenas no prédio que desabou na terça-feira (2). Multiplica­m-se pelo País edifícios velhos abandonado­s que representa­m um perigo real para moradores irregulare­s e para os vizinhos. Uma solução precisa ser encontrada com urgência, envolvendo poder público e, principalm­ente, proprietár­ios dos imóveis abandonado­s, construçõe­s que acabam se tornando bombas-relógio prestes a explodir.

Multiplica­m-se pelo País edifícios velhos abandonado­s

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