Concessionárias esperam mudanças a longo prazo
Donos de concessionárias de automóveis dizem ainda não sentir o impacto do uso de aplicativos de mobilidade na venda de veículos, mas concordam que, no futuro, estes serviços trarão impacto às suas atividades. “É uma coisa irreversível. Mas tudo se adapta, o setor terá que se adaptar e se reinventar. Mas a curto prazo não vai haver mudanças. O carro está na veia das pessoas, faz parte da vida, é cobiça, um sonho. Vai continuar assim e espero que continue por muito tempo”, diz Waldir Rezende, diretor comercial da Metronorte.
Para Carlos Alberto dos Santos, superintendente de vendas da Toyopar, os novos serviços de mobilidade são uma tendência, mas a indústria irá encontrar uma alternativa. “Vejo isso como uma tendência, se for comprovada a eficiência de aplicativos como o Uber, se a questão do compartilhamento de veículos for algo eficaz e não ficar só na linha de raciocínio. Vai haver uma tendência de diminuir (as vendas), mas não sei em que prazo. É um curso natural, não há como impedir, e com certeza a indústria vai ter alguma alternativa”, opina.
Já na visão do vice-presidente da Assovepar (Associação de Revendedores de Veículos Automotores no Estado do Paraná), Antônio Gilberto Deggeroni, os aplicativos de mobilidade não exercerão impacto sobre a aquisição de automóveis. “Com certeza absoluta não.” Para ele, essas plataformas são positivas e fazem com que os proprietários de carros tenham a possibilidade de ganhar uma renda extra, mas as pessoas não deixarão de ter um carro por isso. “Elas têm carro, mas naquele dia que vão ao cinema e ao invés de pagar estacionamento pegam Uber, por exemplo. O brasileiro não aceita ficar sem carro, que representa conforto e poder.”
(M.F.C.)