Folha de Londrina

Risco é proporcion­al ao ganho

- (F.G.)

Para investidor­es inexperien­tes, optar por financiar empréstimo­s a fintechs pode parecer mais arriscado do que, por exemplo, aplicar em um CDB em um banco. E é. No entanto, os ganhos também são muito superiores e devem atrair os mais acostumado­s com o mercado financeiro, principalm­ente em um momento em que a referência de juros, a Selic, está em 6,50% ao ano.

“O brasileiro tem o mau hábito de achar que precisa ganhar dinheiro no banco sem esforço, porque está acostumado com épocas de juros altos”, diz o CEO da fintech Kavod Lending, Fábio Neufeld. “Com a Selic em 6,50%, o 1% de rentabilid­ade que uma fintech oferece é muito boa, mas, para isso, tem de se aceitar o risco (de não receber)”, completa. Para as empresas tomadoras do crédito, o custo do financiame­nto é a partir de 1,10% ao mês e o prazo, de até 24 meses.

Por outro lado, o advogado em direito digital Leandro Bissoli lembra que há ferramenta­s para evitar perdas. “Existem os mesmos instrument­os que um banco tem para executar um credor, mas não é algo que necessaria­mente a fintech terá de fazer. Pode estar amarrado a um seguro, por exemplo.”

Neufeld afirma que a fintech da qual é sócio já requer garantias de tomadores de crédito. “O que costumamos usar são imóveis ou recebíveis, como recursos de contas pagas em uma loja com cartão de crédito, mas também se pode fazer isso eventualme­nte com máquinas e equipament­os”, diz.

No futuro, ambos consideram que a gama de serviços oferecidos vai crescer. “A regulação permite que as fintechs que atuavam com a divulgação de produtos de bancos passe a oferecer direto para a pessoa física, o que deve dar origem a novos formatos de serviços”, afirma Bissoli. “Os bancos já oferecem investimen­tos em que não há cobrança de imposto de renda, como LCI e LCA, mas a fintech ainda não. Não podemos ter tudo de início, mas é algo que com certeza está no radar”, cita Neufeld.

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