CRIMES ECONÔMICOS
Unidade vai integrar forças de segurança pública, Receita Estadual e Controladoria do Estado
Governo anuncia criação da Divisão de Combate à Corrupção; unidade terá a função de estruturar investigações envolvendo desvio de dinheiro público
Ogoverno estadual anunciou nesta terça-feira (8) a criação da Divisão de Combate à Corrupção. A medida pretende reforçar o combate a crimes econômicos e contra a administração pública no Estado. Na prática, a unidade que passa a englobar o Nurce (Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos) terá a função de estruturar investigações complexas envolvendo desvio de dinheiro público ou crimes dos servidores. Para isso, contará com parcerias e convênios e irá dispor de profissionais da Receita Estadual, Controladoria do Estado e polícias Civil, Militar, Ambiental e Rodoviária Estadual.
Para o delegado Renato Figueroa, que deixou o Nurce ao assumir como coordenador estadual do órgão, a iniciativa deve garantir maior eficiência na resolução de casos de crimes envolvendo a administração pública e os recursos da sociedade. “Tendo uma estrutura e profissionais previamente disponíveis para essas investigações, vamos eliminar o tempo que até então se perdia buscando profissionais especializados, como um perito contábil por exemplo, que acaba sendo necessário nesse tipo de investigação”, esclareceu.
Sobre a interferência do próprio governo nos trabalhos a serem desenvolvidos pela Divisão, Figueroa afirmou acreditar que “terá tranquilidade de trabalhar”. “Do contrário, não se teria razão para criar essa estrutura. Acho que o decreto atende a um anseio da sociedade que não aguenta mais tantos desvios”. A própria governadora Cida Borghetti, que assinou o decreto de criação da Divisão na manhã de ontem [terça], assegurou a liberdade nos trabalhos a serem conduzidos pelo órgão. “Não aceitaremos desvios de conduta”, destacou. “Inclusive em relação à minha pessoa”, acrescentou Cida.
Nesse sentido, Figueroa esclareceu ainda que toda e qualquer investigação se dá “sobre fatos”. “É lógico que trabalharemos dentro da lei, respeitando o foro privilegiado, quando se tratar de algum investigado que, porventura, esteja no exercício do mandato.”
A ideia de fazer da Divisão o canal com todas as informações recebidas por todos os órgãos envolvidos será replicada em algumas cidades do interior, a começar por Foz do Iguaçu e Maringá. “Por enquanto, Foz e Maringá estão no radar por já possuírem uma base desse tipo de trabalho. Em um segundo momento, queremos expandir para Londrina e Cascavel”, comentou Figueroa. Quanto ao nome do delegado que irá assumir o Nurce, Figueroa explicou que será definido nos próximos dias.
A Divisão poderá receber ainda mais reforço no futuro, segundo a comandante da Polícia Militar do Paraná, coronel Audilene Dias Rocha. “Se for necessário, chamaremos outros órgãos estaduais ou federais para nos ajudar no trabalho, sempre visando identificar e levar à justiça os corruptos”, disse.
HOMICÍDIOS
Também foi divulgado ontem o balanço de homicídios registrados em Curitiba no primeiro trimestre de 2018. Segundo a DHPP (Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Polícia Civil, 79 pessoas foram assassinadas na capital entre janeiro e março, uma queda de 21,7% em relação a 2017 e o menor índice dos últimos 11 anos. “Vários são os fatores que influenciaram nesse índice. O primeiro deles é a integração da rede de Segurança Pública, ou seja, uma maior afinidade e contato com o Ministério Público e o Judiciário, leia-se a primeira e segunda vara criminais, os atores envolvidos nas investigações contra a vida em Curitiba. Outro, foi a implementação do DisqueDenúncia, propiciando as equipes as informações sobre um lugar de morte e sigam a campo mais preparadas”, argumentou o delegado titular da DHPP de Curitiba, Fábio Amaro.