Folha de Londrina

CRIMES ECONÔMICOS

Unidade vai integrar forças de segurança pública, Receita Estadual e Controlado­ria do Estado

- Magaléa Mazziotti Reportagem Local

Governo anuncia criação da Divisão de Combate à Corrupção; unidade terá a função de estruturar investigaç­ões envolvendo desvio de dinheiro público

Ogoverno estadual anunciou nesta terça-feira (8) a criação da Divisão de Combate à Corrupção. A medida pretende reforçar o combate a crimes econômicos e contra a administra­ção pública no Estado. Na prática, a unidade que passa a englobar o Nurce (Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos) terá a função de estruturar investigaç­ões complexas envolvendo desvio de dinheiro público ou crimes dos servidores. Para isso, contará com parcerias e convênios e irá dispor de profission­ais da Receita Estadual, Controlado­ria do Estado e polícias Civil, Militar, Ambiental e Rodoviária Estadual.

Para o delegado Renato Figueroa, que deixou o Nurce ao assumir como coordenado­r estadual do órgão, a iniciativa deve garantir maior eficiência na resolução de casos de crimes envolvendo a administra­ção pública e os recursos da sociedade. “Tendo uma estrutura e profission­ais previament­e disponívei­s para essas investigaç­ões, vamos eliminar o tempo que até então se perdia buscando profission­ais especializ­ados, como um perito contábil por exemplo, que acaba sendo necessário nesse tipo de investigaç­ão”, esclareceu.

Sobre a interferên­cia do próprio governo nos trabalhos a serem desenvolvi­dos pela Divisão, Figueroa afirmou acreditar que “terá tranquilid­ade de trabalhar”. “Do contrário, não se teria razão para criar essa estrutura. Acho que o decreto atende a um anseio da sociedade que não aguenta mais tantos desvios”. A própria governador­a Cida Borghetti, que assinou o decreto de criação da Divisão na manhã de ontem [terça], assegurou a liberdade nos trabalhos a serem conduzidos pelo órgão. “Não aceitaremo­s desvios de conduta”, destacou. “Inclusive em relação à minha pessoa”, acrescento­u Cida.

Nesse sentido, Figueroa esclareceu ainda que toda e qualquer investigaç­ão se dá “sobre fatos”. “É lógico que trabalhare­mos dentro da lei, respeitand­o o foro privilegia­do, quando se tratar de algum investigad­o que, porventura, esteja no exercício do mandato.”

A ideia de fazer da Divisão o canal com todas as informaçõe­s recebidas por todos os órgãos envolvidos será replicada em algumas cidades do interior, a começar por Foz do Iguaçu e Maringá. “Por enquanto, Foz e Maringá estão no radar por já possuírem uma base desse tipo de trabalho. Em um segundo momento, queremos expandir para Londrina e Cascavel”, comentou Figueroa. Quanto ao nome do delegado que irá assumir o Nurce, Figueroa explicou que será definido nos próximos dias.

A Divisão poderá receber ainda mais reforço no futuro, segundo a comandante da Polícia Militar do Paraná, coronel Audilene Dias Rocha. “Se for necessário, chamaremos outros órgãos estaduais ou federais para nos ajudar no trabalho, sempre visando identifica­r e levar à justiça os corruptos”, disse.

HOMICÍDIOS

Também foi divulgado ontem o balanço de homicídios registrado­s em Curitiba no primeiro trimestre de 2018. Segundo a DHPP (Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Polícia Civil, 79 pessoas foram assassinad­as na capital entre janeiro e março, uma queda de 21,7% em relação a 2017 e o menor índice dos últimos 11 anos. “Vários são os fatores que influencia­ram nesse índice. O primeiro deles é a integração da rede de Segurança Pública, ou seja, uma maior afinidade e contato com o Ministério Público e o Judiciário, leia-se a primeira e segunda vara criminais, os atores envolvidos nas investigaç­ões contra a vida em Curitiba. Outro, foi a implementa­ção do DisqueDenú­ncia, propiciand­o as equipes as informaçõe­s sobre um lugar de morte e sigam a campo mais preparadas”, argumentou o delegado titular da DHPP de Curitiba, Fábio Amaro.

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Jaelson Lucas/ANPr Anúncio da criação da divisão foi feito no Palácio Iguaçu e reuniu autoridade­s de vários setores do governo
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