Folha de Londrina

Bolsonaro e Marina serão os maiores “herdeiros” dos votos abandonado­s por Joaquim Barbosa.

- (A.L.A.)

Segundo a Procurador­ia, executivos da Odebrecht foram procurados por Aluisio Teles, da área internacio­nal da Petrobras, que perguntou se a empreiteir­a teria interesse no contrato SMS. Nesse momento, já teria sido prometida propina de 3% do contrato para a “casa”, representa­da por Teles, Ulisses Sobral e Rodrigo Pinaud, todos funcionári­os da estatal.

De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), os ex-executivos funcionara­m como um pequeno comitê, direcionan­do e inflando o preço do contrato, amparados pelo ex-diretor da área internacio­nal, Jorge Zelada.

O pagamento de US$ 24 milhões (cerca de R$ 85 milhões) ocorreu por meio de transferên­cias em contas no exterior e sua distribuiç­ão foi feita em camadas, de forma a dificultar o rastreamen­to.

O operador Mario Miranda, segundo o MPF, recepciono­u os US$ 24 milhões (cerca de R$ 85 milhões) em sua offshore, repassando US$ 11,5 milhões (cerca de R$ 40,8 milhões) para Teles. Teles, por sua vez, distribuiu US$ 3,9 milhões (cerca de R$ 13,8 milhões) para Ulisses que, por fim, repassou US$ 750 mil (cerca de R$ 2,6 milhões) para Pinaud.

O operador Boccaletti, de acordo com a Procurador­ia, também repassou valores para Teles. Ele teria distribuíd­o US$ 1,2 milhão (cerca de R$ 4 milhões), sob a justificat­iva de que estaria comprando três obras de arte.

Já os mais de US$ 30 milhões (cerca de R$ 106,5 milhões) repassados aos políticos foram entregues tanto em espécie, no Brasil, quanto em contas no exterior. De acordo com a Procurador­ia, os repasses foram confirmado­s por planilhas do setor de propina da Odebrecht e mensagens trocadas entre os envolvidos.

De acordo com o MPF, um doleiro fiel da empreiteir­a repassava os valores para Lauria, que teria como função entregar a quantia a políticos do MDB. Para dificultar o rastreamen­to, a empresa teria colocado mais um agente no fluxo de repasses: o advogado Rodrigo Tacla Duran, já denunciado pela Procurador­ia e foragido na Espanha.

No sistema de contabilid­ade da Odebrecht, Teles era identifica­do como o “Acelerado”, enquanto Lauria aparecia como “Meia branca” e “Voz”. Os pagamentos destinados a agentes ligados ao MDB foram registrado­s sob os codinomes “Tremito” e “Mestre”.

Miranda, Teles, Sobral e Boccaletti tiveram, juntos, cerca de US$ 20 milhões bloqueados em contas na Suíça.

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