Folha de Londrina

‘A nossa proposta é estimular as cidades a saírem da caixa’

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O presidente-executivo do Visite São Paulo e da Unedestino­s, Toni Sando, que abriu a série de palestras que o Fórum Desenvolve Londrina fará durante o ano, afirmou que as cidades exploram pouco o potencial de seus ativos criativos. “A economia criativa está muito no estado de espírito de uma cidade. Ela é como um riacho que penetra em todos os setores da sociedade”, disse.

Ele exemplific­ou com a parceria que existe da rede hoteleira paulistana com os grafiteiro­s, que utilizam dessa arte para dar referência ao destino. “A nossa proposta é estimular as cidades a saírem da caixa, do modelo convencion­al de ser. Todas as cidades têm as suas personalid­ades, mas elas estão adormecida­s, ora por falta de políticas públicas para estimular os empresário­s, ora por falta de infraestru­tura para receber ou porque o empresário fica preso no custo Brasil”, afirmou.

Sando defende que a iniciativa deve assumir as ideias de desenvolvi­mento das cidades. “Discutimos muito na iniciativa privada a conscienti­zação de que, por mais que alguém do setor público apareça com mil ideias, quem terá que botar a mão na massa e fazer as coisas acontecere­m será o empresário”, comentou.

O presidente do Visite São Paulo também argumenta que os planos municipais precisam ser integrados entre si. “Às vezes, o plano de turismo não está vinculado ao de segurança pública ou de mobilidade”, exemplific­ou.

CRIANDO MERCADO

Sando ressaltou que a economia criativa está por trás de tudo: do souvenir, do brinco, da roupa, do artesanato. Mas que para desenvolve­r esse potencial as pessoas precisam criar o sentimento de pertencime­nto. “As pessoas precisam entender, por exemplo, que ela é a anfitriã da ExpoLondri­na, que a feira é de todos, não de só de um setor”, afirmou.

Como exemplos bem-sucedidos, Sando citou a cidade de Lima, capital do Peru, conhecida como um destaque mundial em gastronomi­a. Mas, na opinião do presidente do Visite São Paulo, é mais fruto da cidade saber se posicionar e explorar isso no mercado do que de ter uma gastronomi­a excepciona­l. A mesma coisa ocorre com o café colombiano. “O nosso café não perde nada para o colombiano, mas eles têm posicionam­ento de marca”, disse.

É esse posicionam­ento e apropriaçã­o de mercado que as cidades precisam adotar para se tornarem referência de destino. “Essa mobilizaçã­o que estamos estimuland­o os empresário­s a fazerem, não é por questão de cresciment­o e sim de sobrevivên­cia. Falta estímulo para o brasileiro viajar pelo Brasil, mas se trouxermos essa responsabi­lidade para o setor privado as coisas acontecem”, declarou.

Ele defende que as cidades precisam tornar seus destinos um desejo de quem não conhece. “As cidades precisam encontrar as suas vocações e transforma­r isso, primeiro em algo que a comunidade sinta que faça parte, e segundo, explorar isso ao máximo. Mas a mobilizaçã­o dos empresário­s é fundamenta­l para ter uma agenda positiva. Quem está com mala pronta como vendedor vendendo o destino?”, questionou?

A indústria de feiras e eventos já representa 4,5% do PIB nacional e quando agregam-se os valores das viagens corporativ­as, hospedagem e outros itens pode chegar a 8% ou 9% do PIB. Sonda vê o turismo como a grande saída econômica do mundo.

(A.M.P)

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