Folha de Londrina

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Hospital realiza 30 gastroplas­tias redutoras por mês pelo SUS e objetivo é chegar a 60

- Pedro Marconi Reportagem Local

Vias do bairro Morumbi, em Cambé, foram batizadas com nomes de clubes de futebol. Botafogo, Santos e São Paulo estão entre os homenagead­os. Não faltam na vizinhança situações inusitadas, como a do corintiano que mora na Sociedade Esportiva Palmeiras. Francisco dos Santos Junior tem mais sorte: “Sou tão Londrina que até moro na rua Londrina Esporte Clube”

Referência na realização de cirurgias bariátrica­s no Paraná, a Santa Casa de Londrina vai dobrar o número de procedimen­tos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) até o final de 2018. Atualmente, o hospital realiza de 25 a 30 gastroplas­tias redutoras por mês. O objetivo é que chegue a 60, diminuindo o tempo de espera de até um ano e meio para no máximo 12 meses. Quatrocent­os e cinquenta pacientes estão em atendiment­o no hospital para passar pelo procedimen­to em maio. Na tarde desta quarta-feira (9), cerca de 80 candidatos à cirurgia se reuniram para tirar dúvidas antes do procedimen­to. O objetivo foi esclarecer os pacientes para que a cirurgia ocorra com maior segurança e alcance os melhores resultados possíveis.

Este acréscimo de cirurgias será possível graças a recente inauguraçã­o do ambulatóri­o do SUS da Santa Casa e o envolvimen­to de mais profission­ais na equipe multidisci­plinar que cuida de todo o processo cirúrgico, que começou a ser realizado no hospital em 2010. Neste período foram quase duas mil operações, todas feitas pelo médico cirurgião Milton Ogawa, responsáve­l técnico do Serviço de Bariátrica da Santa Casa. O grupo é formado por profission­ais de diversas áreas.

A partir de agora, pelo menos mais dois médicos cirúrgicos vão colaborar nesta equipe. “Em 2017 resolvemos mudar algumas questões, nos espelhando em outras ações bem-sucedidas pelo Brasil. Entre elas está o atendiment­o em massa, que é muito positivo e visa a atenção ao paciente obeso por completo. Nele, o paciente tem atividade com psicólogo, nutricioni­sta, educador físico, fisioterap­euta. É um atendiment­o mais intenso”, explica Ogawa. “Junta-se a isso a equipe da Santa Casa, que conta com uma residência médica multidisci­plinar”, acrescenta.

ENCAMINHAM­ENTOS

Toda a metodologi­a segue o que preconiza o Ministério da Saúde, que há aproximada­mente oito anos autorizou o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida para a população em geral por meio do sistema público de saúde. “A obesidade é uma doença que vem atingido cada vez mais a população do mundo inteiro. Antigament­e, somente as pessoas com convênio tinham acesso ao tratamento com cirurgia, que é o indicado”, destaca. De acordo com o MS, a prevalênci­a da doença na população brasileira passou de 11,8%, em 2006, para 18,9%, em 2016.

Todo mês, em média, 60 novos casos chegam ao ambulatóri­o para a primeira consulta. Eles são encaminhad­os pela 17ª Regional de Saúde, que recebe os pacientes das Unidades Básicas de Saúde de Londrina e outros municípios do interior do Estado. Na regional existe uma listagem entre os casos mais urgentes e os obesos em geral. Ao serem direcionad­os ao hospital, eles passam por todo o processo préoperató­rio e de avaliações, que inclui consultas com endocrinol­ogista, ultrassono­grafia, psicólogo, nutricioni­sta e exames de sangue, entre outros processos.

PROBLEMAS

De acordo com o médico Milton Ogawa, o Brasil é o segundo local do mundo com mais obesos. “A obesidade acarreta uma série de problemas para todos os órgãos e regiões do corpo. No cardíaco, a pessoa tem mais pressão alta, risco de infarto, insuficiên­cia cardíaca; tem problemas circulatór­ios; tem mais problemas ortopédico­s, como dores na coluna e joelho; mais problemas de vesícula, estômago e derrame”, elenca.

O método de redução realizado na Santa Casa é de cirurgia aberta, que é o promovido pelo MS, que paga cerca de R$ 4 mil por paciente e por todo o processo que envolve a operação. “Existem duas maneiras de operar. A laparoscop­ia, praticada no serviço privado, e a cirurgia aberta, em que é feita a diminuição da área de entrada de alimentaçã­o e de absorção daquilo que come. Na prática, porém, faz a mesma coisa, que é redução do estômago”, aponta. A pessoa que faz gastroplas­tia redutora perde, em média, 35% a 40% do peso, desde que siga todos as orientaçõe­s.

(Leia mais na pág.2)

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Ricardo Chicarelli
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Anderson Coelho Aproximada­mente 80 pacientes se reuniram para tirar dúvidas antes do procedimen­to

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