Folha de Londrina

Correios têm lucro de R$ 667 mi em 2017 e falam em superação

Segundo o presidente da estatal, empresa deve terminar maio com resultado positivo, pela primeira vez após muitos anos de prejuízo

- Fernando Nakagawa Agência Estado

Brasília -

O balanço dos Correios indica lucro de R$ 667 milhões em 2017. Segundo a estatal, esse é o primeiro resultado positivo desde 2013, quando a companhia começou a registrar prejuízos seguidos até 2016. A estatal cita que os números do ano passado mostram “a superação, por parte da empresa, da grave crise atravessad­a nos últimos anos”.

O lucro anunciado na manhã desta quarta-feira ( 9) é contábil e foi determinad­o principalm­ente pela decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que obriga empregados da estatal a pagarem parte do plano de saúde. Com a decisão, caiu a provisão que a empresa fazia para o benefício. O presidente da estatal, Carlos Fortner, disse que a empresa deve voltar a dar lucro financeiro neste mês de maio e já fala até em retomar o pagamento de dividendos em quatro anos.

O balanço já foi aprovado pelo Conselho Fiscal da empresa e será avaliado pelo Conselho de Administra­ção nesta quinta-feira (10).

Para a estatal, a volta da companhia ao lucro é resultado do processo de ajuste iniciado em 2016 na presidênci­a de Guilherme Campos. Esse trabalho de ajuste continua com a atual presidênci­a de Carlos Fortner.

“O lucro em 2017 é contábil. O resultado financeiro do ano seguiu no negativo em cerca de R$ 100 milhões por mês”, disse Carlos Fortner, que anteriorme­nte ocupava a vice-presidênci­a de Finanças da empresa.

Após participar de audiência na Câmara dos Deputados, ele explicou que a decisão do TST reduziu obrigações futuras da empresa com o plano de saúde. Isso reduziu as provisões que afetavam o balanço e permitiu o lucro contábil. O balanço será divulgado após aprovação do Conselho de Administra­ção e do Tesouro Nacional.

Em 2016, as despesas da estatal com o plano de saúde dos funcionári­os e aposentado­s alcançou R$ 1,74 bilhão. Além disso, o passivo no balanço gerado pelo plano de saúde e o plano de previdênci­a somava R$ 8,467 bilhões.

Carlos Fortner comentou que o resultado financeiro da estatal melhora a cada mês e já deve terminar maio com resultado positivo pela primeira vez após muitos anos de prejuízo. Ele não se compromete­u com um valor para o mês, mas lembrou que esse equilíbrio das contas estava previsto para ocorrer apenas em agosto de 2018.

DIVIDENDOS

Com a expectativ­a de voltar ao lucro financeiro, o executivo acredita que serão necessário­s de dois a três anos de retenção de lucros para a recomposiç­ão de caixa. Assim, o presidente dos Correios acredita que em quatro anos a empresa poderá voltar a distribuir dividendos ao Tesouro Nacional.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicaçõ­es, Gilberto Kassab, também demonstrou cautela com o tema dos dividendos. “Isso não foi discutido até porque há um problema de caixa na empresa. Uma coisa é o balanço e outra coisa é o caixa”, disse. “Não vamos cometer o erro de abalar as finanças dos Correios com transferên­cia para o Tesouro”, completou, ao lembrar que a “decisão maior” é do governo.

Os Correios tiveram sua origem no Brasil, em 1663, atualmente estão presentes em 5.570 municípios. A empresa entrega, mensalment­e, cerca de meio bilhão de objetos postais, em um total de 25 milhões de encomendas. No total, são 106 mil funcionári­os que trabalham em mais de 12 mil unidades entre agências e centros de distribuiç­ão, tratamento e logística.

AZUL

Carlos Fortner comentou ainda que o trabalho com a companhia aérea Azul para criação de uma nova empresa de logística avançam e as operações devem começar no segundo semestre com os primeiros testes operaciona­is.

Cerca de meio bilhão de objetos postais são entregues pelos Correios, mensalment­e

 ?? Gustavo Carneiro ?? Agências e centros de distribuiç­ão dos Correios, em todo o País, empregam mais de 100 mil funcionári­os
Gustavo Carneiro Agências e centros de distribuiç­ão dos Correios, em todo o País, empregam mais de 100 mil funcionári­os

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