Um corintiano na rua Sociedade Esportiva Palmeiras
O motorista Natal Elvino da Silva, 53, é corintiano e mora na rua Sociedade Esportiva Palmeiras. Ele afirma que no dia da reunião em que foi decidida a mudança do nome do bairro houve uma votação comandada pelo presidente da associação do bairro para definir os nomes das ruas. “Foi uma votação simples. Não teve boca de urna nem campanha pelos nomes dos clubes. Lançaram a ideia e fizeram a reunião que teve a votação. Na última rua a disputa ficou entre Sociedade Esportiva Palmeiras e Sport Club Corinthians Paulista. O Corinthians perdeu por um voto. O duro é que aqui perto morava um casal de corintianos, mas no dia da votação estava viajando. E a poucas casas daqui tinha um palmeirense que votou e um mês depois ele se mudou dali”, lamentou.
Questionado se isso influencia em algo no seu cotidiano, ele contemporiza. “Só é ruim quando alguém sabe que eu sou corintiano. Quem conhece tira sarro. Quando perguntam o meu endereço, geralmente eu falo o CEP para não precisar ficar falando o nome da rua”, afirmou.
Silva revelou que na empresa onde presta serviço a maioria é palmeirense. “Tempos atrás teve uma reunião e o pessoal começou a falar onde morava. Te- ve um que sabia onde eu morava e falou que eu, corintiano, morava na rua Sociedade Esportiva Palmeiras. Aí todo mundo caiu em cima. Até hoje eles ficam tirando sarro”, destacou.
Ele garante que os palmeirenses e corintianos do bairro se dão bem. “É só gozação de jogo. A gente só assiste os jogos dentro de casa. Tem colegas que moram na rua de cima, mas são neutros e vêm assistir jogos em casa”, apontou.
Sobre o fato de morar no Morumbi, ele disse que o pessoalnãoligamuito.“Naquele tempo o Corinthians não tinha estádio, mas ninguém pegava no pé. O maior problema é o nome da rua”, reforçou.
O padeiro Edwilson de Azevedo, 40, também é corintiano e diz que o nome do bairro Morumbi dá alegria aos corintianos também. “Os nossos títulos acontecem no Morumbi também. Eles querem tirar sarro da gente, mas a gente é que acaba tirando sarro dos outros”, apontou. Ele afirma que assiste os jogos na padaria e sempre aparecem torcedores de outros times. “Tem santista, palmeirense, flamenguista. Para a gente não tem problema, porque a gente acaba ganhando de todos”, garantiu.
“Foi uma votação simples; não teve boca de urna nem campanha pelos nomes dos clubes”
( V.O.)