Milho e granjas seguram alegria nas cooperativas
O resultado animador para o produtor de soja contrasta com a preocupação em relação a uma provável quebra de safra para o milho e aos prejuízos na avicultura e suinocultura, no Paraná. É comum que um mesmo agricultor se divida entre essas atividades ou que pertença a uma cooperativa que atua tanto com o recebimento de grãos quanto com a integração, o que faz com que nem tudo seja lucro.
O analista técnico Maiko Zanella, da Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná), lembra que o Paraná é o maior produtor de aves no País e um dos principais em suínos. Ambos estão pressionados pelo preço da ração, que usa farelo de soja, mas, principalmente, milho. “Tudo vai depender muito de como a produção de milho vai responder ao clima, porque em muitas regiões do Estado já não chove há 40 dias”, diz.
Conforme o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), compradores que precisam se abastecer no curto prazo são obrigados a ceder a preços altos. Assim, os preços do milho aumentaram 4,95% entre 4 e 11 de maio, indo a R$ 42,43 pela saca de 60 kg na última sexta-feira.
No País, o maior volume do grão vem da segunda safra, plantada por boa parte dos produtores na sequência da primeira, de soja. Questões como a fraca retomada do consumo interno e a imposição de barreiras por parte da UE (União Europeia) à importação de carne de frango brasileira também pressionam o avanço do agronegócio neste ano. Segundo Zanella, o custo de produção do frango está em R$ 2,70 e o valor pago, em R$ 2,46.
Sem antecipar o impacto na receita de cooperativas, ele diz que o órgão aguarda os desdobramentos dos levantamentos de safra. “Vai depender da característica da cooperativa. Se trabalha com abes, pode ter um impacto maior porque é comum tentar blindar o produtor para evitar que ele desista. A maioria trabalha mais com grãos, mas é preciso que chova para reduzir as perdas na quebra de safra do milho”, conclui.