Folha de Londrina

Aumento do IPTU derruba avaliação da gestão Belinati

Levantamen­to sobre 500 dias de gestão pelo Instituto Multicultu­ral, em parceria com a FOLHA e rádio Paiquerê AM, mostra que índice de confiança também caiu de 51,5% para 30,50%

- Guilherme Marconi Reportagem Local

Após a polêmica sobre a revisão da Planta Genérica de Valores e o aumento do IPTU, a aprovação dos londrinens­es sobre a gestão de Marcelo Belinati (PP) sofreu drástica redução. Levantamen­to do Instituto Multicultu­ral, em parceria com a FOLHA e a rádio Paiquerê, mostra que 56% dos entrevista­dos reprovam a atual administra­ção. Na pesquisa sobre os cem dias de governo, o prefeito contava com avaliação positiva de 55% dos eleitores

Oíndice de confiança do prefeito Marcelo Belinati (PP) caiu drasticame­nte, segundo revela a pesquisa do Instituto Multicultu­ral feita em parceria com a FOLHA e rádio Paiquerê AM. No levantamen­to sobre os 500 dias de governo, 61,5% dos entrevista­dos alegam que não confiam no prefeito, contra 30,5% que confiam na atual gestão. A pesquisa, feita nos dias 14 e 15 de maio, mostra ainda que 56% dos londrinens­es desaprovam a administra­ção municipal. Esse índice é inversamen­te proporcion­al aos 100 dias de governo, quando Belinati largou com 55% de aprovação dos eleitores. A pesquisa ouviu 602 moradores das áreas urbana e rural, e a margem de erro é de 3% para mais ou para menos, com índice de confiança de 95%.

De acordo com o diretor estatístic­o do Instituto Multicultu­ral, Edmilson Vicente Leite, o resultado foi esperado, principalm­ente depois da repercussã­o negativa em 2018 com o aumento do IPTU (Imposto Predial e Terri- torial Urbano) gerado após a atualizaçã­o da Planta de Valores, que foi um projeto encabeçado pelo Executivo. “A aprovação cair é menos grave. O pior é a queda no índice de confiança”, ressalta.

Entre os fatos que vieram à tona com a chegada do carnê de 2018 foram o aumento abrupto da taxa de lixo, que pegou muitos contribuin­tes de surpresa; a polêmica em torno do IPTU do condomínio Village Premium, onde mora o prefeito, que não tinha as matrículas das casas desmembrad­as e que portanto gerava valores abaixo da média cobrada pelos demais munícipes; além da judicializ­ação de movimentos políticos e de associaçõe­s de bairro que tentam revogar a lei 12.575 que atualizou a planta.

NOTA BAIXA A nota dada para a atual administra­ção foi 4,3 para os 500 dias de administra­ção. Quase dois pontos abaixo dos primeiros 100 dias, quando a nota média foi 6,0. A pior avaliação de Belinati foi dada por moradores do centro: 4.0. Já na zona norte a nota registrada agora foi 4,6, contra 6,6 na primeira medição, em abril de 2017. “A queda se deu em todas as regiões, o que demonstra o descontent­amento de toda a população e não de um grupo apenas”, diz o responsáve­l pela pesquisa.

Outro destaque está no aumento do número de pessoas (21%) que não souberam avaliar a administra­ção municipal. “É um número alto se comparado aos demais períodos. São pessoas que não querem assumir uma posição, muitas vezes por ter votado nele ou porque ainda esperam alguma mudança positiva na administra­ção”, pontua Edmilson Leite.

CP NA CÂMARA

A pesquisa Multicultu­ral também sondou os eleitores sobre a CP (Comissão Processant­e) aberta na Câmara Municipal contra os vereadores Mario Takahashi (PV) e Rony Alves (PTB), que foram afastados em janeiro após deflagraçã­o da Operação ZR3 do Ministério Público pela qual se tornaram réus, acusados de corrupção passiva e organizaçã­o criminosa por supostamen­te atuar em favorecime­nto pessoal na aprovação de projetos de lei sobre zoneamento urbano.

Segundo o levantamen­to, 61,5% dos entrevista­dos aprovaram a abertura da investigaç­ão pela Casa, contra 15% que descordara­m da atitude dos vereadores. “É um resultado completame­nte natural, abrir para averiguar. Foi um fato muito divulgado, sem contar que se abre o processo para analisar, não perguntamo­s se devem cassar o mandato.” Em abril, a investigaç­ão foi aberta por 15 votos favoráveis contra quatro contrários: Guilherme Belinati (PP), Jamil Janene (PP), Péricles Deliberado­r (PSC) e o suplente Emanoel Gomes (PRB) tentaram evitar a investigaç­ão contra os dois parlamenta­res.

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Ricardo Chicarelli/04-01-2018 Avaliação da pesquisa é que alta do IPTU refletiu diretament­e na queda da aprovação a Belinati

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