TECNOLOGIA
Levantamento aéreo vai aumentar eficácia das ações de prevenção de desastres naturais; equipamentos foram doados pela Receita Federal
Integrantes da Defesa Civil passam por capacitação para operar drones. Equipamentos serão usados para fazer mapeamento de áreas de risco. Para o órgão, levantamento aéreo vai aumentar eficácia de ações de prevenção
ACoordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil iniciou nesta semana o treinamento e capacitação de seu efetivo para a utilização de RPA (Aeronaves Remotamente Pilotadas), conhecidas como drones. Desde o ano passado, três equipamentos vinham sendo utilizados em operações de prevenção e preparação, mas a partir de agora essas ações poderão ser reforçadas em todo o Estado, com o uso de outros 17 drones, totalizando 22 aparelhos.
Os equipamentos são provenientes de apreensões e foram doados à Defesa Civil estadual pela Receita Federal. Quarenta e oito membros da instituição, além de integrantes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e colaboradores da Secretaria de Estado da Administração e Previdência, realizaram o treinamento nesta semana, em Curitiba. Na semana que vem, a capacitação acontece em Foz do Iguaçu (Oeste), direcionada ao efetivo das regionais do interior do Estado.
Chefe do setor administrativo da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, major Mario Sergio Garcez Silva aponta o avan- ço que os drones representarão para as operações da instituição. “Na fase de normalidade, dividimos nossas ações em preparação e prevenção e temos os planos de contingência. Fazemos o levantamento das áreas de atenção, de alagamento, deslizamento e inundação por meio de fotos. Sempre fazíamos as fotos em plano horizontal. Com o levantamento aéreo, fica melhor para a tomada de decisão. Vemos as residências que ficam dentro da área de atenção e conseguimos ter uma visualização melhor.”
Em caso de desastres, quando são feitas ações de contingência, os drones possibilitarão que sejam feitas fotos dos abrigos e permitirão um registro mais detalhado de áreas atingidas por granizo ou vendaval, por exemplo. “Com a possibilidade de fazer um levantamento muito mais rápido da dimensão do desastre, nossa resposta poderá ser muito mais efetiva, inclusive na solicitação de recursos do governo federal ou estadual”, comentou o major. “É uma ferramenta de tecnologia fácil, acessiva, barata e que não requer desenvolvimento humano para ser utilizada.”
O treinamento do efetivo que irá operar os drones durou dois dias, divididos em teoria e prática. O major ressaltou que um dos objetivos da capacitação foi reforçar a parte da regulamentação e da legislação que rege o uso desses aparelhos. “Para operar os drones, é preciso registros na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo). E para cada saída, é obrigatório registrar o voo, com horário de decolagem e pouso e local a ser sobrevoado”, explicou o major.
Cada uma das 15 regionais da Defesa Civil terá um aparelho. Todos os drones e tablets que os controlam são do mesmo padrão e cada operação contará sempre com um piloto e um observador, para aumentar a margem de segurança do voo.