Folha de Londrina

Fachin determina abertura de inquérito contra caciques do MDB no Senado

- Letícia Casado Folhapress

- O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a abertura de um inquérito para apurar se integrante­s do MDB receberam propina da JBS e da Transpetro. A investigaç­ão tem como alvos os senadores Eunício Oliveira (CE), presidente da Casa, Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM), Vital do Rego (atual ministro do TCU), Jader Barbalho (PA) e Valdir Raupp, além do exministro Henrique Eduardo Alves (RN).

Ex-presidente da Transpetro e delator da Lava Jato, Sérgio Machado disse que o PT pediu à J&F, holding que controla a JBS, o pagamento de propina no valor de R$ 40 milhões ao MDB como forma de compra de apoio político nas eleições presidenci­ais de 2014.

Na delação, Machado disse que as doações da JBS para os peemedebis­tas do Senado geraram um desentendi­mento no partido e então o presidente Michel Temer reassumiu o comando da legenda. Ele afirmou ter ouvido “de diversos senadores nas reuniões na casa do Renan que o grupo JBS iria fazer doações ao MDB, a pedido do PT, na ordem de R$ 40 milhões” e que a informação lhe foi posteriorm­ente confirmada por Ricardo Saud, então diretor de Relações Institucio­nais da JBS.

No entanto, acrescento­u Machado, a informação chegou ao conhecimen­to da bancada do MDB na Câmara e os deputados se queixaram a Temer. Segundo o delator, “fato fez com que Michel Temer reassumiss­e a presidênci­a do MDB [a sigla não havia mudado de nome] visando controlar a destinação dos recursos do partido”.

Machado disse ainda que “o depoente não sabe dizer se o grupo JBS obteve algum favorecime­nto em troca dessa doação”.

Um ano depois da delação de Machado, fechada em 2016, Saud e outros executivos da JBS também fizeram acordo com a PGR (Procurador­ia-Geral da República).

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