Tecnologia é utilizada pela PM em ações estratégicas
As operações com drones, ainda em fase experimental, já são adotadas em pelo menos 36 órgãos de segurança pública e defesa civil do País, de acordo com dados da Aeronáutica. Duas novas regulamentações aprovadas em 2017 pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo, do Ministério da Defesa, ajudaram a aumentar esse tipo de uso. O órgão facilitou voos em proveito de órgãos governamentais e exclusivos em operações de segurança pública, defesa civil e fiscalizações da Receita Federal. Antes dessas normas, não havia um padrão e era necessário analisar caso a caso, o que dificultava a operação prática dos equipamentos pelos órgãos públicos.
A Polícia Militar no Paraná utiliza drones desde o ano passado. A corporação tem um projeto piloto no qual emprega esse tipo de equipamento em operações realizadas em todas as regiões do Estado. O uso dos aparelhos ainda está em fase de testes e para alguns setores específicos, mas que não são revelados pela instituição. Segundo a assessoria de imprensa, alguns testes foram feitos em jogos de futebol, na Operação Verão e, mais recentemente, na Operação Tiradentes, em Curitiba, para reforço da segurança em grandes centros urbanos e de grande concentração de pessoas.
A Polícia Civil informou que várias delegacias do Estado usam drones em grandes operações e que cada delegacia tem uma pessoa responsável pelo manuseio do equipamento, mas não disse quantos aparelhos estão em uso nem especificou em quais cidades eles estão disponíveis. “O drone tem vocação importante dentro da segurança pública, que é na área de inteligência. Será cada vez mais empregado nesse sentido”, prevê o consultor em aviação e gestão pública Eduardo Alexandre Beni, especializado em drones. Como a tecnologia ainda é nova, o uso é considerado experimental.
“Os órgãos estão criando as regulamentações e estabelecendo diretrizes, se aproveitando da expertise que já existe na área. Mas ainda é um processo de avaliação”, diz. Beni ressalta que o equipamento não substitui nenhuma ação administrativa. “O drone ajuda a maximizar as operações, mas nunca a substituir. Há limitações, como o tempo de bateria, que dura no máximo 30 minutos.”
Segundo a Anac, até o último mês de março, 38,4 mil drones estavam regulamentados no Brasil, número 190% maior do que o registrado até julho do ano passado, quando a agência nacional contabilizava 13,2 mil equipamentos com regulamentação. De abril ao início de maio, mais de 2,9 mil aparelhos obtiveram a autorização para voar e o número de drones habilitados no País já ultrapassa os 41,3 mil. O Paraná tem a quarta maior frota, com 2.546 aparelhos. Em julho do ano passado eram apenas 770 drones regulamentados. (S.S. com Agência Estado)