Folha de Londrina

Triplica número de lojas virtuais com ponto físico

Pesquisa aponta retomada de investimen­tos no comércio eletrônico depois de crise, e expansão de oferta de produtos por site

- Fábio Galiotto Reportagem Local

Aquantidad­e de lojas virtuais com pontos físicos praticamen­te triplicou desde o ano passado, quando chegou a 13% dos 675 mil sites brasileiro­s de comércio eletrônico. Segundo a pesquisa “O Perfil do E-Commerce Brasileiro 2018”, encomendad­a pelo PayPal Brasil à BigData Corp e divulgado na quarta-feira (16), o indicador mostra uma recuperaçã­o de investimen­tos que estavam represados em tempos de crise econômica e também uma maior preocupaçã­o com o fortalecim­ento da relação com os clientes.

O número de lojas virtuais aliadas às físicas era de 14,5% do total de sites nacionais do tipo em 2015, mas caiu a 4,9% em 2017, conforme o estudo. No entanto, o número de endereços de ecommerce aumentou de 450 mil para 600 mil no período, o que representa­va um maior direcionam­ento de novos empreended­ores diretament­e para a web.

Das 600 mil lojas virtuais existentes no ano passado, os 4,9% aliados a endereços físicos representa­vam 29,4 mil. No ano seguinte, o total de sites passou a 675 mil e 13%, ou 87,7 mil, dividiamse entre os dois meios. “Existia uma demanda reprimida de pessoas com lojas físicas que não quiseram ter uma on-line para não ter de investir em um momento de crise. Como o tempo médio de uma loja on-line é de cinco meses, qualquer demanda reprimida gera um impacto grande”, diz o CEO da BigData Corp, Thoran Rodrigues.

Ele explica ainda que o mais comum é o vendedor começar a ofertar produtos por meio dos chamados market places, que são sites de grandes redes varejistas ou similares ao Mercado Livre, para ganhar nome, clientes e evitar custos de implantaçã­o de um site próprio de comércio virtual. Por exemplo, quando o cliente entra em uma loja virtual de livros e encontra o anúncio “20 ofertas a partir de R$ 10”, significa que há vários comerciant­es que usam aquele site como market place.

CARTEIRA DE CLIENTES

Para o executivo da BigData, o passo seguinte é formar uma carteira de clientes para, então, investir em um comércio eletrônico. “Dizemos que abrir um e-commerce próprio é como abrir uma loja em uma rua escondida, onde não passa ninguém, e usar o market place é como ter um ponto em um shopping”, diz Rodrigues.

O consultor econômico da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Marcos Rambalducc­i, vê também uma mudança de percepção em relação ao comportame­nto do consumidor. “Quando alguém vai fazer uma aquisição de maior valor agregado, primeirame­nte pesquisa preços na internet e depois compara com a loja física, onde pode escolher por comprar, caso queira receber a pronta entrega ou desconfie dos pagamentos on-line.”

Por isso, o economista considera que a preferênci­a maior passou a ser ampliar o negócio virtual para uma estrutura de rua ou não abrir mão de um ponto ao entrar no comércio eletrônico. “Às vezes a pessoa enxuga o espaço físico para reduzir custos, mas mantém os dois porque é a forma como tem mostrado melhores resultados”, afirma Rambalducc­i.

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Marcos Zanutto Bruno Jamus: sucesso da loja virtual impulsiono­u abertura de ponto físico:

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