Folha de Londrina

Melhorar a educação para vencer a pobreza

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Aqueda do analfabeti­smo ficou estagnada no País entre 2016 e 2017. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a), o ano passado terminou com 11,5 milhões de analfabeto­s, 300 mil a menos do que em 2016. Os dados fazem parte do módulo de educação da Pnad Contínua, pesquisa de abrangênci­a nacional do órgão que coleta amostra de 211 mil domicílios em todo o território nacional.

Segundo o IBGE, a taxa de analfabeti­smo não apresentou grandes mudanças nas cinco faixas etárias pesquisada­s pelo instituto. O percentual de pessoas com 15 anos ou mais que não sabia ler e escrever ao final de 2017 era de 7%, contra taxa de 7,2% no ano anterior. Apesar da pequena queda, estatistic­amente o movimento é de estabilida­de. A maior queda foi observada entre a população com 60 anos ou mais. É a faixa com maior número de analfabeto­s no País, ficando em 2017 com 19,3% contra 20,4% em 2016 - queda de 1,6%. Nas demais faixas, a baixa ficou em 0,5%.

O estudo apontou que a desigualda­de continua grande quando comparada a cor da pele. O percentual de analfabeto­s, em 2017, entre negros e pardos é de 9,3%, mais que o dobro do índice encontrado entre a população branca, que é de 4%. Conforme o IBGE, a situação é a mesma encontrada em 2016, com queda de 0,2 ponto percentual entre brancos e 0,6 ponto percentual entre negros e pardos. Ou seja, os brancos têm mais acesso à educação no Brasil do que os negros.

O IBGE apontou também a desigualda­de regional no aceso à educação. No Sudeste e no Sul é verificada a menor taxa de analfabeti­smo, de 3,5%. No Nordeste, o indicador foi de 14,5% em 2017. Outro dado preocupant­e verificado pela pesquisa que acaba de ser divulgada é que apenas 68,4% dos jovens entre 15 e 17 anos estavam cursando a série de estudos adequada em 2017, ou seja, fazendo o ensino médio. Pelos cálculos do instituto, 1,3 milhão de adolescent­es dessa faixa etária estão fora da escola e 2 milhões estão atrasados. O Plano Nacional de Educação tinha como uma de suas metas universali­zar a escolariza­ção entre adolescent­es e jovens em 2016.

Há muito o que fazer. O analfabeti­smo continua em escala alta no Brasil. É preciso compromiss­o dos governante­s para encontrar soluções que mantenham crianças e jovens na escola e ajudem os mais velhos a voltarem para começar ou concluir os estudos. Muito se fala em combater a pobreza e a desigualda­de social no Brasil. Mas essa batalha passa pela educação.

É preciso compromiss­o dos governante­s para encontrar soluções que mantenham crianças e jovens na escola’’

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