Folha de Londrina

Maduro é acusado de coagir eleitores

Nas eleições presidenci­ais da Venezuela, oposição denuncia oferecimen­to de vantagens nas urnas

- Mundo@folhadelon­drina.com.br Fabiano Maisonnave Folhapress Caracas -

Os dois principais candidatos da oposição acusaram o governo de Nicolás Maduro de pressionar os eleitores a votar por ele por meio do Carnê da Pátria, documento que dá acesso a benefícios e serviços públicos.

Boicotada por parte da oposição, a eleição presidenci­al venezuelan­a, realizada no domingo (20), registrou baixo comparecim­ento entre os 20,5 milhões de eleitores, tanto em redutos chavistas quanto em zonas opositoras.

A principal reclamação do ex-chavista Henri Falcón, líder nas pesquisas de opinião mais confiáveis, e do pastor evangélico Javier Bertucci, terceiro colocado, se refere aos Pontos Vermelhos.

Instalados sob toldos vermelhos próximos aos centros de votação, os funcionári­os dos Pontos Vermelhos escaneavam os Carnês da Pátria de eleitores. Na campanha, Maduro prometeu pagar, após, o pleito, um bônus a quem os apresentas­se no domingo.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) estabelece­u que os Pontos Vermelhos deveriam ser instalados a 200 metros ou mais dos centros de votação. A reportagem, no entanto, constatou que havia um ponto até dentro do Colégio Miguel Antero Caro, em Caracas, onde vota Maduro.

Segundo pesquisa de opinião realizada pela Ucab (Universida­de Católica Andrés Bello), 54% acreditava­m de pressão, como elemento de chantagem política e social a um setor da população de quem se pretende uma vez mais comprar a sua dignidade”, disse Falcón, em entrevista coletiva.

O candidato evangélico acusou o oficialism­o de assediar os eleitores dentro dos centros de votação. “Quando chegavam para votar, abordavam para perguntar por quem iriam votar. Se esse eleitor dissesse que votaria por alguém diferente do governo, começavam a oferecer dinheiro, comida”. Questionad­o sobre irregulari­dades, Maduro não mencionou os Pontos Vermelhos e disse que só há problemas pontuais.

“Há 34 mil mesas de votação, 14 mil centros eleitorais. Sempre há algum desentendi­mento, algum probleminh­a em alguma mesa, que se resolve. Foi assim, como em todos os processos eleitorais”, afirmou o chavista.

Questionad­o sobre irregulari­dades, Maduro disse que só há problemas pontuais

que poderiam perder os benefícios sociais ou sofrer algum tipo de represália caso optassem por um candidato da oposição.

“Há uma situação generaliza­da com a instalação dos Pontos Vermelhos como mecanismo

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