Maduro é acusado de coagir eleitores
Nas eleições presidenciais da Venezuela, oposição denuncia oferecimento de vantagens nas urnas
Os dois principais candidatos da oposição acusaram o governo de Nicolás Maduro de pressionar os eleitores a votar por ele por meio do Carnê da Pátria, documento que dá acesso a benefícios e serviços públicos.
Boicotada por parte da oposição, a eleição presidencial venezuelana, realizada no domingo (20), registrou baixo comparecimento entre os 20,5 milhões de eleitores, tanto em redutos chavistas quanto em zonas opositoras.
A principal reclamação do ex-chavista Henri Falcón, líder nas pesquisas de opinião mais confiáveis, e do pastor evangélico Javier Bertucci, terceiro colocado, se refere aos Pontos Vermelhos.
Instalados sob toldos vermelhos próximos aos centros de votação, os funcionários dos Pontos Vermelhos escaneavam os Carnês da Pátria de eleitores. Na campanha, Maduro prometeu pagar, após, o pleito, um bônus a quem os apresentasse no domingo.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) estabeleceu que os Pontos Vermelhos deveriam ser instalados a 200 metros ou mais dos centros de votação. A reportagem, no entanto, constatou que havia um ponto até dentro do Colégio Miguel Antero Caro, em Caracas, onde vota Maduro.
Segundo pesquisa de opinião realizada pela Ucab (Universidade Católica Andrés Bello), 54% acreditavam de pressão, como elemento de chantagem política e social a um setor da população de quem se pretende uma vez mais comprar a sua dignidade”, disse Falcón, em entrevista coletiva.
O candidato evangélico acusou o oficialismo de assediar os eleitores dentro dos centros de votação. “Quando chegavam para votar, abordavam para perguntar por quem iriam votar. Se esse eleitor dissesse que votaria por alguém diferente do governo, começavam a oferecer dinheiro, comida”. Questionado sobre irregularidades, Maduro não mencionou os Pontos Vermelhos e disse que só há problemas pontuais.
“Há 34 mil mesas de votação, 14 mil centros eleitorais. Sempre há algum desentendimento, algum probleminha em alguma mesa, que se resolve. Foi assim, como em todos os processos eleitorais”, afirmou o chavista.
Questionado sobre irregularidades, Maduro disse que só há problemas pontuais
que poderiam perder os benefícios sociais ou sofrer algum tipo de represália caso optassem por um candidato da oposição.
“Há uma situação generalizada com a instalação dos Pontos Vermelhos como mecanismo