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Natural de Assis-SP, Thiago Gracioso, profissional de TI, já trabalhou na Índia e, atualmente, está no Canadá. Formado em Química (bacharelado) pela UEL (Universidade Estadual de Londrina) e em Engenharia da Computação pela Unopar (Universidade Norte do Paraná), ele passou a nutrir a vontade de morar fora após começar a trabalhar no grupo HSBC Global Technology Brasil (HSBC GLTb), uma offshore do grupo, que garantiu a ele a primeira oportunidade de sair. “Foi entre 2010 e 2011, quando morei por seis meses na Índia. Nossa cultura nos ajuda muito nessa hora, pois somos um povo amigo, carismático e de fácil adaptação. A única coisa que eu considero fundamental é chegar no país de destino com um bom nível no idioma local”, recomenda. Atualmente no Canadá, que é bilingue, Gracioso percebeu que falar inglês e francês “é fundamental”. “Para mim, o principal entrave foi não dominar o francês. O sotaque e o regionalismo acabam dificultando um pouco quando estudamos o francês da França, porém é em poucos meses tudo se acomoda”, explica.
Outra dica importante é conseguir mudar-se com um tempo para se adaptar ao novo país onde irá residir. “Os primeiros 90 dias foram fundamentais para entender como tudo funciona por aqui. Se você chega com pouco dinheiro e já tendo que correr atrás de emprego, com certeza as coisas ficam exponencialmente mais difíceis”.
Por ora, Gracioso segue no plano de não retornar. “Vim para cá como residente permanente com a intenção de nunca mais voltar, salvo em datas específicas para visitar as belíssimas coisas que temos aí no Brasil como família, clima, paisagens, comidas”, conta.
Na avaliação dele, os TIs brasileiros estão muito bem representados. “Somos muito bem vistos pela fácil adaptação, pela boa dicção do francês e o português ajuda muito nisso. Também somos reconhecidos por trabalhar duro, graças à cultura de trabalhar horas a fio no Brasil”, revela.
Nos Estados Unidos, mais especificamente no estado de Michigan, o engenheiro elétrico e PHD em circuitos eletrônicos integrados, Rafael Navarenho de Souza, conseguiu uma vaga na GM em Detroit, pouco depois da GM em São Caetano do Sul propor a expatriação. “Acabei preferindo pedir demissão e me mudar”, explica. “A engenharia do Brasil dá uma formação bastante abrangente. A cultura do Brasil de pensar fora da caixa, ter iniciativa, trazer solução, tudo isso ajuda a sermos valorizados”, enumera. “No Brasil, já temos que desenvolver tirando leite de pedra. Um país escasso em termos de recursos tecnológicos. A facilidade aos nativos de países desenvolvidos cria alguns vícios para o povo daqui. Somos ‘hard work’ como eles definem aqui , trabalhamos bastante”, conta. Quanto aos ganhos, os dois brasileiros se dizem satisfeitos e remunerados conforme os patamares pagos aos profissionais daqueles países, sem qualquer discriminação. “Acho que na área da saúde é mais complicado porque tem uma adequação curricular muito grande. Dentista tem uma adequação de dois anos, Medicina, quatro anos”, orienta Souza.