Folha de Londrina

RETA FINAL

A dez dias do fim da campanha, apenas 47% das crianças foram imunizadas no Estado; em Londrina, cobertura cai para 25%

- Isabela Fleischman­n Reportagem Local

Campanha de vacinação contra a gripe tem adesão de apenas 47% das crianças no Estado; meta é imunizar 90% do público-alvo

Acampanha nacional de vacinação contra a gripe teve início no dia 23 de abril e segue até o dia 1º de junho. A dez dias

90% do público. O alerta principal é para a vacinação das crianças de seis meses a quatro anos de idade, além das pessoas que apresentam doenças crônicas, públicos com baixa cobertura vacinal.

do fim, 1,9 milhão de pessoas foram vacinadas no Paraná, o que correspond­e a 66% da população-alvo. O total estimado no Paraná é de 2,3 milhões de pessoas. A meta é vacinar, pelo menos,

Crianças (47%), gestantes (53%) e profission­ais de saúde (55%) são os públicos com os índices mais baixos de vacinação. Também são contemplad­os mães que tiveram filhos há 45 dias ou menos, idosos com 60 anos ou mais, professore­s do ensino básico e superior, e população indígena. “Estamos nos últimos dias da campanha, esta é a oportunida­de final para quem ainda não se vacinou. A queda brusca na temperatur­a que tivemos nesta semana é mais um motivo de alerta, em especial para pessoas que tenham algum tipo de doença crônica e estão mais suscetívei­s à gripe. A doença está por aí e, por isso, é importante se proteger.”, destaca o secretário de Estado da Saúde do Paraná, Antônio Carlos Nardi.

Já a superinten­dente de vigilância em saúde da Sesa (Secretaria Estadual de Saúde), Júlia Cordellini, alega

Os vírus passam por mutações, por isso a vacinação deve ser realizada todos os anos”

que nunca foi feito estudo de campo sobre a baixa cobertura de gestantes e crianças, mas acredita que as mulheres grávidas têm medo de que a vacina possa fazer mal ao bebê. “Isso é mito”, afirma. “Falta informação para as gestantes pelos profission­ais da saúde. Estamos trabalhand­o com isso, trazendo obstetras para explicar que a vacina pode sim ser feita em gestantes, tanto é que elas são grupo prioritári­o”, esclarece. A médica acredita que, sobre a menor cobertura vacinal das crianças, muitos pais não as levam para a vacinação por falta de tempo. “Ou por questão de tempo, ou por acharem que a vacina não é necessária pela criança ter ‘resistênci­a natural às doenças’.”

Em Londrina, a situação é ainda mais preocupant­e. Até o último dia 12, o município tinha vacinado 25% de crianças de seis meses a quatro anos, 38% de gestantes, 36% de puérperas (mulheres que deram à luz até 45 dias) e 73% de idosos. A diretora de vigilância em saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Sônia Fernandes, disse que tradiciona­lmente os idosos têm maior engajament­o às campanhas de vacinação contra a gripe. “Os idosos já estão há 20 anos fazendo parte da campanha e percebem a mais tempo as vantagens da vacinação”, pontua. Ela opina que para gestantes e crianças “falta cultura do uso da vacina”. “É importante que gestantes sejam vacinadas porque é proteção dupla: para a mãe e para o filho”, explica. As grávidas estão no grupo de risco da gripe porque têm maiores dificuldad­es no aparelho respiratór­io. “Elas são mais vulnerávei­s”, expõe.

Contrarian­do os dados, Yara Maria Moura, 22, levou suas filhas para a vacinação na gélida tarde desta segunda-feira (21), na UBS (Unidade Básica de Saúde) central. Foi a primeira vez que Cecília Moura, de um ano, participou da campanha. Já sua irmã, Valentina Moura, 3, participou pela segunda vez. As meninas não gostaram da agulha, mas Yara acredita que “é importante vacinar agora com o frio”, conta. “Demorei para trazê-las porque no começo tinha muita gente, agora está mais tranquilo”.

PREVENÇÃO

Mesmo quem já tomou a vacina em anos anteriores deve ir novamente à unidade de saúde. “Os vírus passam por mutações, por isso a vacinação deve ser realizada todos os anos. A vacina pode reduzir o risco das sérias complicaçõ­es causadas pela gripe, como pneumonias e até mesmo o óbito”,

enfatiza Cordellini.

Além da vacinação, também é necessária a adoção de medidas preventiva­s como a lavar frequentem­ente as mãos, manter os ambientes ventilados, evitar aglomeraçõ­es de pessoas, não compartilh­ar objetos de uso pessoal e proteger a boca e o nariz ao tossir ou espirrar. Na presença de sintomas de gripe, como febre alta, dores de cabeça, dor de garganta e tosse, deve-se procurar uma unidade de saúde para uma avaliação.

Estamos nos últimos dias da campanha. É a oportunida­de final para quem ainda não se vacinou”

 ?? Anderson Coelho ?? Yara Maria Moura, 22, levou as filhas, Cecília, 1, e Valentina, 3, para serem vacinadas nesta segunda
Anderson Coelho Yara Maria Moura, 22, levou as filhas, Cecília, 1, e Valentina, 3, para serem vacinadas nesta segunda

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