MOBILIZADOS
Manifestação ocorre em todo o País; na região de Londrina, mais de 200 caminhoneiros paralisaram as atividades nas marginais da PR-445 sentido Warta
Caminhoneiros fizeram ontem paralisação em várias rodovias do País para protestar contra os sucessivos aumentos do preço do óleo diesel. Cerca de 200 caminhões ficaram parados nas marginais da PR-445, na região de Londrina. Polícia Rodoviária Federal registrou 21 pontos de concentração no Estado. De acordo com sindicato da categoria, mobilização não tem prazo para terminar
Caminhoneiros em várias rodovias do País desligaram os motores na manhã de segunda-feira (21), em protesto contra o aumento do óleo diesel. Em menos de um ano, o preço do combustível subiu 19%, segundo levantamento publicado pela FOLHA com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Na região de Londrina, uma fila de caminhões começou a se formar nas marginais da PR-445, no sentido de Warta, a partir das 9h. Todos os caminhões estavam sendo abordados pelos colegas de profissão. Também pela manhã, a PRE (Polícia Rodoviária Estadual) confirmou o bloqueio de cerca de 60 caminhões na PR-090, na entrada de Assaí (Região Metropolitana de Londrina).
Em pouco tempo, o número de caminhões na PR-445 passava de 200, e segundo a categoria, a paralisação se estenderá até que o governo aponte uma solução. “Estamos com nosso pessoal em Brasília para tentar reverter esses aumentos abusivos do combustível. Essa é a nossa principal reivindicação. Em uma semana subiu três vezes”, comentou Carlos Roberto Dellarosa, presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens.
Dellarosa enfatiza que a paralisação não tem prazo para terminar enquanto não houver negociação. “Estamos pedindo que o governo retire o PIS/Cofins que incide sobre o óleo diesel e que reveja essa política de autonomia da Petrobras em relação ao aumento dos preços”, completa.
Com o caminhão parado, um motorista que transportava 15 toneladas de ração, disse que não gostaria de estar ‘parado’, mas que não enxerga outra solução. “Com a alta do combustível está difícil demais de trabalhar e o sustento da minha família depende de mim. Tá complicado. Desse jeito não dá para continuar rodando”, lamentou.
O gerente de transportadora Márcio Gagliasso também estava na rodovia apoiando a ação dos caminheiros. “Nosso trabalho depende deles e por isso estamos aqui. Acredito que só assim, parando de trabalhar, é que teremos uma mudança”, comentou. RODOVIAS FEDERAIS No final da tarde desta segunda-feira (21), a PRF (Polícia Rodoviária Federal) registrava 21 pontos de interdições em uma das faixas das rodovias federais no Estado, em razão das manifestações de caminhoneiros.
A paralisação ocorria na BR-277 (Paranaguá, Guarapuava, Ibema, Cascavel, Campo Largo e Céu Azul); BR-116 (Quatro Barras); BR376 (Ponta Grossa, Califórnia, Mandaguaçu, Mauá da Serra, Paranavaí e Nova Esperança); BR-153 (Ibaiti e Santo Antônio da Platina); BR-163 (Capanema); BR-369 (Santa Mariana); BR-373 (Guamiranga, Prudentópolis e Coronel Vivida) e BR-476 (Curitiba).
Em Londrina, no dia 14 de maio, um grupo de caminhoneiros bloqueou no início da noite, uma das pistas da avenida Brasília, trecho urbano da BR-369, no sentido Cambé. O protesto durou cerca de uma hora e também ocorreu em outras regiões do País.
LIMINAR No sábado (19), uma liminar que proíbe eventuais bloqueios de rodovias federais no Paraná, foi concedida pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da Seção Judiciária do Paraná, sob pena de multa de R$ 100 mil por hora de interdição.
A decisão foi tomada em resposta a uma ação de interdito proibitório movido pela AGU (Advocacia Geral da União), que, por sua vez, foi acionada pela Superintendência da PRF (Polícia Rodoviária Federal) no Paraná.
No despacho, o juiz admite a eventual possibilidade de manifestações em meia pista nos trechos de pista dupla, desde que não haja bloqueio total das rodovias federais. No ofício remetido à AGU na sexta-feira (18), a PRF alerta que a interrupção do fluxo de veículos, ainda que parcial, representa uma violação ao direito de locomoção.
No documento, a PRF alega que não pretende impedir protestos e manifestações, mas proteger a segurança das pessoas e garantir a fluidez do tráfego.