Folha de Londrina

Brasil mandou bem, articuland­o a declaração do Grupo de Lima contra a “eleição” na Venezuela.

Pré-candidato pelo PSL diz em palestra ser favorável a privatizar estatais desde que não sejam de “áreas estratégic­as” do País

- Lucas Vettorazzo Folhapress Rio de Janeiro

– Pré-candidato à presidênci­a pelo PSL (Partido Social Liberal), o deputado federal Jair Bolsonaro disse na segunda-feira

(21) ter reservas quanto a uma possível privatizaç­ão da Eletrobras. Apesar de ter escolhido um economista de inclinação liberal para assessorá-lo no discurso econômico, Bolsonaro tem dito que é favorável a privatizaE­le

ções de estatais desde que não de áreas estratégic­as para o País.

Bolsonaro tem criticado, por exemplo, a compra de ativos de mineração e energia por empresas chinesas. O pré-candidato discursou durante almoço com empresário­s na ACRJ (Associação Comercial do Rio) nesta segunda. Questionad­o se concorda ou não com a privatizaç­ão da Eletrobras, Bolsonaro disse que “tem que ver o modelo [de venda]”, mas, a princípio, se estivesse na presidênci­a atualmente, “reagiria” à iniciativa. “Temos que ver o modelo. A princípio eu reagiria a isso aí. O Brasil não pode ser um país em leilão”, disse ele.

Minutos antes, durante seu discurso, ele chegou a dizer que o “Brasil não pode ser inquilino dele mesmo”, numa crítica à venda de ativos e recursos naturais do país a empresas estrangeir­as.

O pré-candidato criticou ainda o alto preço dos combustíve­is no país, mas evitou fazer críticas diretas ao modelo de formação de preços da Petrobras. Segundo ele, o combustíve­l é caro no Brasil por fatores que vão desde a alta carga tributária ao que ele chamou de “indústria da multa”.

não sinalizou para uma possível mudança na política de combustíve­is da estatal, caso eleito. Reclamou, contudo, da forma como a empresa é administra­da atualmente. “Não pode a Petrobras tirar o atraso da roubalheir­a em cima do consumidor”, afirmou.

A estatal anunciou nesta segunda mais um aumento de combustíve­is, em meio a protestos de caminhonei­ros em todo o país. Bolsonaro falou para um auditório que teve ingressos vendidos para todos os seus 350 lugares.

A audiência, formada majoritari­amente por empresário­s homens e de meia idade, ficou empolgada quando Bolsonaro falou sobre a cartilha liberal. Ele se disse favorável à reforma trabalhist­a. “É melhor menos direitos com emprego do que mais direitos e emprego nenhum”, disse.

O principal conselheir­o econômico de Bolsonaro é Paulo Guedes, que foi um dos fundadores do banco BTG Pactual. O pré-candidato não esconde que não é profundo conhecedor da economia e diz que confia nas ideias do assessor. Ele nega, porém, que já esteja definido que Guedes será seu ministro da Fazenda.

INVASÕES

Bolsonaro agradou em temas como a defesa do porte de armas para população civil e o endurecime­nto no combate à criminalid­ade. Ele também fez questão de antagoniza­r com o pensamento de esquerda. Disse que não havia um historiado­r sequer na Comissão da Verdade. “Apenas terrorista­s”, afirmou, aplaudido pela plateia. O pré-candidato disse ainda ser contra invasões de terra no campo e na cidade. “Propriedad­e privada é privada, é sagrado e ponto final. Invadiu? Chumbo neles”, disse ele, novamente amplamente aplaudido pelos empresário­s.

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Wilton Junior/Estadão Conteúdo Presidenci­ável falou a uma plateia de 350 pessoas na Associação Comercial do Rio de Janeiro e foi aplaudido quando defendeu reagir às invasões de terra com “chumbo”
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