Brasil mandou bem, articulando a declaração do Grupo de Lima contra a “eleição” na Venezuela.
Pré-candidato pelo PSL diz em palestra ser favorável a privatizar estatais desde que não sejam de “áreas estratégicas” do País
– Pré-candidato à presidência pelo PSL (Partido Social Liberal), o deputado federal Jair Bolsonaro disse na segunda-feira
(21) ter reservas quanto a uma possível privatização da Eletrobras. Apesar de ter escolhido um economista de inclinação liberal para assessorá-lo no discurso econômico, Bolsonaro tem dito que é favorável a privatizaEle
ções de estatais desde que não de áreas estratégicas para o País.
Bolsonaro tem criticado, por exemplo, a compra de ativos de mineração e energia por empresas chinesas. O pré-candidato discursou durante almoço com empresários na ACRJ (Associação Comercial do Rio) nesta segunda. Questionado se concorda ou não com a privatização da Eletrobras, Bolsonaro disse que “tem que ver o modelo [de venda]”, mas, a princípio, se estivesse na presidência atualmente, “reagiria” à iniciativa. “Temos que ver o modelo. A princípio eu reagiria a isso aí. O Brasil não pode ser um país em leilão”, disse ele.
Minutos antes, durante seu discurso, ele chegou a dizer que o “Brasil não pode ser inquilino dele mesmo”, numa crítica à venda de ativos e recursos naturais do país a empresas estrangeiras.
O pré-candidato criticou ainda o alto preço dos combustíveis no país, mas evitou fazer críticas diretas ao modelo de formação de preços da Petrobras. Segundo ele, o combustível é caro no Brasil por fatores que vão desde a alta carga tributária ao que ele chamou de “indústria da multa”.
não sinalizou para uma possível mudança na política de combustíveis da estatal, caso eleito. Reclamou, contudo, da forma como a empresa é administrada atualmente. “Não pode a Petrobras tirar o atraso da roubalheira em cima do consumidor”, afirmou.
A estatal anunciou nesta segunda mais um aumento de combustíveis, em meio a protestos de caminhoneiros em todo o país. Bolsonaro falou para um auditório que teve ingressos vendidos para todos os seus 350 lugares.
A audiência, formada majoritariamente por empresários homens e de meia idade, ficou empolgada quando Bolsonaro falou sobre a cartilha liberal. Ele se disse favorável à reforma trabalhista. “É melhor menos direitos com emprego do que mais direitos e emprego nenhum”, disse.
O principal conselheiro econômico de Bolsonaro é Paulo Guedes, que foi um dos fundadores do banco BTG Pactual. O pré-candidato não esconde que não é profundo conhecedor da economia e diz que confia nas ideias do assessor. Ele nega, porém, que já esteja definido que Guedes será seu ministro da Fazenda.
INVASÕES
Bolsonaro agradou em temas como a defesa do porte de armas para população civil e o endurecimento no combate à criminalidade. Ele também fez questão de antagonizar com o pensamento de esquerda. Disse que não havia um historiador sequer na Comissão da Verdade. “Apenas terroristas”, afirmou, aplaudido pela plateia. O pré-candidato disse ainda ser contra invasões de terra no campo e na cidade. “Propriedade privada é privada, é sagrado e ponto final. Invadiu? Chumbo neles”, disse ele, novamente amplamente aplaudido pelos empresários.