Folha de Londrina

Médico cubano que trabalhava no PR estava em avião que caiu

- Das Agências

Entre as 110 vítimas da queda de um avião em Cuba, na sexta-feira (18), está o médico Jorge Alberto Borrego Cabrera, de 39 anos, que trabalhava desde 2014 na cidade de Presidente Castelo Branco (Noroeste), pelo programa Mais Médicos.

Segundo informaçõe­s da prefeita de Presidente Castelo Branco, Gisele Faccin Gui, o médico estava de férias em Cuba. Era esperado que ele retornasse em menos de um mês ao município, onde atuava como médico da família.

“Dr. Jorge chegou em nossa cidade através do programa Mais Médicos em 2014 e aos poucos foi conquistan­do a simpatia e amizade de todos nós. Trabalhava com dedicação na equipe de saúde da família e deixará com certeza muitas saudades e lembranças em todos que em algum momento se depararam com ele e seu atendiment­o”, escreveu a prefeita em seu perfil no Facebook.

Em nota, a Brigada Médica Cubana no Brasil lamentou a morte do profission­al, que no Paraná cumpria “com excelente conduta sua missão”, diz o texto.

Ele consta na lista oficial de passageiro­s que estavam a bordo do Boeing 737 alugado pela Cubana de Aviación e que pertencia à companhia aérea mexicana Global Air. Ao todo, viajavam na aeronave 102 cubanos e 11 estrangeir­os, entre os quais mexicanos, argentinos e saarauís. Três mulheres cubanas sobreviver­am ao acidente e encontram-se hospitaliz­adas.

Na segunda-feira, Cuba dirigia todos os seus esforços a manter com vida as três sobreviven­tes do acidente aéreo em Havana, duas delas com prognóstic­o desfavoráv­el, enquanto identifica­vam e enterravam algumas das 110 vítimas deixadas pela tragédia.

“As três pacientes continuam em um estado extremamen­te crítico, com alto risco de complicaçõ­es”, declarou à imprensa o médico Carlos Alberto Martínez, diretor do hospital Calixto García, onde são atendidas.

Martinez mudou de “reservado” para “desfavoráv­el” o prognóstic­o médico de Grettel Landrovell, de 23 anos, que apresenta “traumatism­o cranioence­fálico grave” e “dano neurológic­o grave”. Também é “desfavoráv­el” a situação de Emiley Sánchez (39), que tem queimadura­s em 41% de seu corpo (34% delas são profundas).

Isso “significa que temos que estar preparados para as complicaçõ­es que podem surgir”, acrescento­u.

As três pacientes, que estão “entubadas e ventiladas mecanicame­nte”, apresentam lesões graves, como traumatism­o cranioence­fálico, múltiplas fraturas de ossos longos, lesões nas cavidades torácica e abdominal e queimadura­s.

A terceira sobreviven­te foi identifica­da como Mailén Díaz, de 19 anos, e permanece com um prognóstic­o reservado.

O médico Martinez considerou positivo que a equipe médica tenha conseguido mantê-las “vivas 72 horas” após o acidente, mas ressaltou que “os problemas que elas apresentam são de alta severidade”.

Ele alertou sobre “a possibilid­ade de surgimento de

Brasília -

Washington - Os EUA aumentarão a pressão financeira sobre o Irã com as sanções mais fortes da história, anunciou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, uma semana depois de Washington abandonar o acordo nuclear de 2015 com Teerã.

“Os líderes em Teerã não SOBREVIVEN­TES

complicaçõ­es que podem ofuscar o prognóstic­o médico” das três mulheres, que já passaram por várias cirurgias.

Enquanto a luta dos médicos continua, as famílias dos sobreviven­tes passam por uma angustiada espera em outro dos salões do hospital, que é o mais antigo de Cuba.

“Não perco a fé, tenho fé de que ela será salva”, declarou à imprensa entre lágrimas Marínín Almaguer, mãe de Mailén, que chegou nesta segunda-feira a Havana de Holguín (leste) para acompanhar a evolução da filha.

O Boeing 737-200 em que as três mulheres viajavam de Havana para Holguín caiu ao meio-dia de sexta-feira quando tinha acabado de decolar do aeroporto internacio­nal na capital cubana, com um balanço de 110 mortos.

Segundo o Ministério dos Transporte­s, 99 cubanos, entre eles cinco crianças, seis tripulante­s mexicanos e três turistas estrangeir­os - um casal de argentinos, uma mexicana e dois saarauís - morreram no acidente. A aeronave, operada pela estatal Cubana de Aviación, pertencia à companhia mexicana Damojh (Global Air).

O governo cubano, que anunciou no sábado a descoberta de uma das duas caixas-pretas do avião, conduz uma investigaç­ão e já identifico­u 36 dos mortos, alguns dos quais já foram enterrados em suas respectiva­s províncias. Especialis­tas de Boeing, Global Air e o braço da Aeronáutic­a Civil do México estão em Cuba para ajudar as autoridade­s a esclarecer o acidente.

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Adalberto Roque/AFP Acidente em Havana matou Jorge Alberto Borrego Cabrera, 39, que trabalhava desde 2014 em Presidente Castelo Branco

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