Folha de Londrina

Petrobras anuncia redução de 10% no preço do diesel

Queda no valor do combustíve­l é de 10% e foi garantida por somente 15 dias

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Depois de reunião sem acordo com lideranças dos caminhonei­ros, a Petrobras anunciou ontem que vai reduzir em 10% o valor do litro do óleo diesel comerciali­zado nas refinarias. Medida vai vigorar por 15 dias. Decisão é resposta aos protestos registrado­s em rodovias de todo o País. Categoria decidiu manter mobilizaçã­o pelo menos até amanhã. Em Londrina, manifestan­tes impediram o acesso ao pool de combustíve­is. Motoristas enfrentara­m fila para abastecer e alguns postos fecharam por falta de estoque

São Paulo – Após reunião sem acordo entre governo e lideranças dos caminhonei­ros na tarde desta quarta-feira (23) em Brasília, a Petrobras informou que decidiu reduzir temporaria­mente em 10%, equivalent­e a R$ 0,2335 por litro, o valor médio do diesel comerciali­zado em suas refinarias. Com isso, o preço médio de venda da Petrobras nas refinarias e terminais sem tributos será de R$ 2,1016 por litro a partir desta quinta-feira.

Na quarta-feira chegou a faltar combustíve­is em vários postos de Londrina porque os manifestan­tes bloquearam o pool onde os produtos são armazenado­s. Os londrinens­es enfrentara­m filas para abastecer (leia mais na página 3).

O preço com 10% de desconto será mantido pela Petrobras inalterado por período de 15 dias. Após este prazo, a companhia retomará gradualmen­te sua política de preços aprovada e divulgada em 30 de junho de 2017.

A redução será aplicada apenas ao diesel e tem como objetivo permitir que o governo e representa­ntes dos caminhonei­ros tenham tempo para negociar um acordo definitivo para o contexto atual de greve e, ao mesmo tempo, evitar impactos negativos para a população e para as operações da empresa.

O site da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostrava na noite desta quarta-feira (23) que só não havia protestos de motoristas em quatro Estados: Rio Grande do Sul, Acre, Amapá e Roraima. No Paraná, eram 41 manifestaç­ões só nas estradas federais.

GREVE GERAL

O movimento de paralisaçã­o dos caminhonei­ros deu ao governo até a sexta-feira (25) para que seja apresenta- da uma proposta de redução do preço do combustíve­l. Até lá, caminhões continuarã­o parados. Se nenhuma proposta considerad­a adequada for apresentad­a, o movimento será ampliado e motoristas prometem paralisaçã­o total a partir de sábado. A informação foi dada pelo presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhonei­ros), José da Fonseca Lopes, que se reuniu com a cúpula do governo para negociar o tema na tarde desta quarta-feira (23).

Representa­nte dos caminhonei­ros, que chegam ao quarto dia de greve, participar­am de reunião com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo), Valter Casimiro (Transporte­s) e o ministro interino General Freire Gomes (Gabinete de Segurança Institucio­nal), no Palácio do Planalto.

No encontro, o governo pediu uma trégua de uma semana para negociar uma solução para o custo dos combustíve­is. O movimento, porém, rejeitou a proposta. A redução do preço do diesel pela Petrobras não havia sido anunciada até o fim da reunião.

Até sexta-feira, segundo Fonseca Lopes, o movimento de paralisaçã­o continuará normalment­e nos Estados, mas será permitido tráfego de medicament­os, carga viva e perecíveis. “Mas se na sextafeira não apresentar­em nada, vai parar tudo”, disse o presidente em entrevista após a reunião.

PADILHA

O governo está em “reunião permanente” com os representa­ntes dos caminhonei­ros, disse nesta noite de quartafeir­a o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Ele informou que o governo “pressentiu” que poderia haver risco de desabastec­imento por causa das paralisaçõ­es. “O presidente Temer, preocupado com a população, chamou várias reuniões”, disse Padilha. A primeira ocorreu na tarde do último domingo.

“Ontem (terça), decidimos chamar os representa­ntes dos movimentos dos caminhonei­ros para externar preocupaçõ­es com a cidadania”, disse o ministro. Ele ressaltou que a paralisaçã­o pode provocar desabastec­imento das famílias, a paralisaçã­o do parque industrial e a produção no campo, com a falta de ração para os criadores de frango e gado.

Ele relatou que os representa­ntes pediram dois itens, basicament­e: maior previsibil­idade no reajuste do diesel e a isenção de pedágio sobre o eixo suspenso dos caminhões quando descarrega­dos. “Foi uma reunião tensa, como era de se esperar, mas de muito respeito de parte a parte”, disse Padilha.

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Anderson Coelho Manifestan­tes bloquearam a entrada do Ceasa em Londrina

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