Porto de Paranaguá é o mais atingido pela greve
Os principais portos do País pelos quais escoa a produção agropecuária brasileira estão sendo atingidos de forma distinta pela paralisação dos caminhoneiros, e o de Paranaguá é, até o momento, o mais prejudicado. “Dois berços do Corredor de Exportação já pararam de operar por desabastecimento. Isso acontece porque o porto deixou de receber 70 mil toneladas diárias de soja que desceriam a serra para abastecer os armazéns locais da retaguarda portuária”, informou a Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), nesta quartafeira (23). A Appa explica que, como a vazão de embarque dos navios tem uma média diária de 85 mil toneladas nesta época do ano, auge do escoamento da safra, os estoques locais já estão baixos, insuficientes para que novos navios sejam carregados.
A estimativa é de que 1,9 mil caminhões deixam de dar entrada no porto de Paranaguá diariamente por causa da paralisação dos motoristas. Considerando os três dias de protesto, 180 mil toneladas de granéis que seriam exportados não teriam chegado ao terminal, volume suficiente para carregar três navios com grãos. “A importação de fertilizantes também foi interrompida com a adesão à greve dos motoristas que fazem o transporte desta carga entre o cais e os armazéns a partir desta terça-feira (22). Com isso, 25 mil toneladas de fertilizantes deixam de descarregar diariamente dos navios que estão atracados no porto”, acrescenta a Appa.
Como medida de contenção de filas, a administração portuária paranaense parou de liberar novas senhas para que caminhões fizessem descargas no porto, até que as atividades dos caminhoneiros sejam retomadas. Atualmente, o Porto de Paranaguá conta com uma escala de agendamento de quase 2 mil caminhões que descarregam nos terminais todos os dias.
Principal unidade do Sudeste, o Porto de Santos aponta queda no volume recebido, mas não na mesma proporção do porto paranaense. A Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) disse nesta quarta-feira que as manifestações dos caminhoneiros não causaram incidentes para as operações, embora o “acesso de veículos rodoviários de carga às instalações do Porto de Santos tenha sido comprometido pela ação dos manifestantes”, informou em nota.
Há redução nos processos de recepção e entrega de mercadorias pelos terminais. Quanto às operações de carga e descarga de navios, foi mantida a normalidade devido às cargas ainda armazenadas em suas instalações e também aquelas transportadas via dutovia e ferrovia.
São Paulo -