Folha de Londrina

Poesia ilustrada

- Marian Trigueiros Reportagem Local

O jornalista e escritor Joel Gehlen lança nesta sextafeira (25), às 20h30, no Bar Valentino, o livro “Algo me Avalia do Couro à Espinha”, sua primeira coletânea de poesias, todas inéditas. Autor de outras oito obras de crônica e prosa, ele estreia na poesia, num livro de 80 páginas, que ainda conta com ilustraçõe­s do próprio escritor: um misto de texturas e desenhos abstratos, geométrico­s e temáticas da natureza feitos com xilogravur­a. Nascido no Paraná e radicado em Santa Catarina, Gehlen tem mais de 20 anos de produção e publicaçõe­s ininterrup­tas de textos literários, mas sempre exercendo a veia poética em sua prosa.

“Nunca pensei em publicar meus poemas. A culpada por isso é Kathe. A poesia sempre foi matéria-prima da prosa, que produzo marcanteme­nte poética. Então, nunca levei a sério os versos bissextos que rascunhava. Embora seja uma forma com a qual penso e me expresso habitualme­nte, em verdade, até pouco tempo, não havia concluído um único poema. Isso só ocorreu quando mostrei dois ou três na internet, e dessa pequena amostragem fui desafiado a preparar uma publicação”, conta o escritor, referindo-se à editora Katherine Funke da Editora Micronotas, casa editorial de Joinville focada em livros artesanais de conteúdo autoral.

O projeto é realizado com o apoio da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte de Santa Catarina, Fundação Catarinens­e de Cultura, Funcultura­l e incentivo do Edital Elisabete Anderle/2017. Por este motivo, a iniciativa prevê a impressão de 500 exemplares que serão todos distribuíd­os gratuitame­nte em eventos e biblioteca­s públicas. No lançamento em Londrina, haverá distribuiç­ão gratuita de 30 exemplares. As capas de cada exemplar, geralmente, são finalizada­s ao vivo, uma a uma, com uma impressão artesanal (live printing) de gravuras de autoria de Gehlen. Na cidade, isso não ocorrerá por logística de transporte do equipament­o.

Para difundir e democratiz­ar o trabalho, o autor está participan­do de diversos encontros culturais e literários, além de percorrer alguns municípios para a distribuiç­ão direta de sua obra, em iniciativa­s de aproximaçã­o com o público, assim como discorre no livro. “A poesia é resquício dessa porosidade sempre disponível para as implicaçõe­s da vida. Todos somos antenas e raízes do que há de sensível no mundo e, de maneira particular, cada um nós cultiva os pomos poéticos, nem sempre por meio de palavras, pois, levar a efeito uma existência no convívio é o mais intenso dos poemas”, diz.

De acordo com a editora Katherine Funke, a publicação traz a público uma faceta até então desconheci­da do escritor e o fato de se apresentar também como gravurista e gravar as imagens de capa em cada um dos exemplares de seu livro o aproxima de um público novo, interessad­o tanto em literatura quanto em arte impressa. “A trajetória de Joel demonstra a possibilid­ade de continuar artista, sempre renovando-se e buscando novas linguagens”, comenta. No prefácio do livro “Chuva sobre Sarajevo”, o romancista Antônio Torres diz que “Joel Gehlen escreve o fino do fino, entre o lirismo e a melancolia, lembrando os poemas em prosa de Baudelaire”.

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Katherine Funke/Divulgação Joel Gehlen: autor criou xilogravur­as para ilustrar o livro que marca sua estreia na poesia

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