Em meio à insatisfação, o apoio
Agreve dos caminhoneiros entra na segunda semana com a sensação de caos instalado. A falta de combustível e o bloqueio nas estradas que impedem a entrega de itens básicos provocaram a suspensão de aulas, transporte coletivo, atendimentos médicos, cirurgias, entre outros. Se o governo federal não deu a devida importância ao anúncio da paralisação pela categoria no dia 18 de maio, viu o movimento ganhar adesão desde a última segunda-feira (21), afetando a entrega de alimentos e combustíveis aos centros de distribuição.
Uma das principais dificuldades em levar adiante a negociação é justamente a descentralização do movimento. Embora a Associação Brasileira de Caminhoneiros tenha se declarado a principal organizadora, vários motoristas se organizaram via grupos de WhatsApp.
O governo federal se sentou pela primeira vez com as lideranças para negociar na quarta-feira (23) e depois no dia seguinte. As propostas que saíram da mesa não convenceram a categoria. A primeira oferecia redução em 10% no preço do diesel nas refinarias da Petrobras por 15 dias. A segunda prorrogou a diminuição por mais 15 dias e uma mudança na política de preços da estatal para que o reajuste dos preços dos combustíveis seja mensal e não diário. Por fim, o presidente Michel Temer baixou o decreto de Garantia da Lei e da Ordem, que garantiu intervenção militar e das forças federais para liberar as estradas.
Neste domingo (27), os vários setores da economia já contabilizavam o prejuízo. Os supermercados de todo o País anunciaram que perderam vendas equivalentes a R$ 1,3 bilhão por conta do desabastecimento de produtos perecíveis, como frutas, verduras, legumes, laticínios e carnes in natura. Só os supermercados do Estado de São Paulo deixaram de vender cerca de R$ 400 milhões.
Apesar do caos instalado, o apoio à greve dos caminhoneiros tem sido grande. Neste domingo um grupo de londrinenses saiu à rua para se manifestar a favor do movimento. O mesmo acontece nas redes sociais. De acordo com o monitoramento realizado pela empresa Torabit, entre quinta (24) e sexta-feira (25), 52,2% das menções eram positivas em relação à greve, dando mostras da insatisfação da população com o preço dos combustíveis.
Vários setores da economia já contabilizam o prejuízo