Hospitais reavaliam atendimento
Com a continuação da paralisação dos caminhoneiros, hospitais de Londrina estão se adequando para manter os serviços e evitar que faltem insumos, alimentos e outros materiais necessários para o funcionamento. No Hospital Evangélico, na Iscal (Irmandade Santa Casa) e no HU (Hospital Universitário) os procedimentos eletivos foram suspensos já no fim de semana. Nesta segunda-feira (28) as instituições vão reavaliar o atendimento.
Segundo Elizabeth Ursi, superintendente do HU, as instituições de saúde decidirão em conjunto as novas estratégias para que se mantenha um padrão de atendimento. “Nós temos um grupo em conjunto com diversos hospitais, Defensoria Pública, Defesa Civil, Casa Civil e também os Bombeiros, que estão acompanhando a situação. Nós vamos nos reunir já com dados concretos para analisar como foi o final de semana e também atualizar as necessidades para os próximos dias”, informa.
A reunião está marcada para esta segunda-feira (28), às 14h, no Iapar (Instituto Agronômico do Paraná). A convocação feita pelo major Ezequias de Paula Natal, comandante do 3º Grupamento de Bombeiros e coordenador regional de Proteção Defesa Civil, abrange outros setores, já que o objetivo é articular ações para o fornecimento e garantias de acesso aos veículos com cargas consideradas itens essenciais, como cargas vivas, ração animal, material hospitalar, entre outros.
Nos últimos dias, o HU conseguiu o abastecimento das ambulâncias, a reposição dos oxigênios, a realização da coleta de lixo e recebeu doação de vegetais e hortaliças, providenciados pela Defesa Civil junto aos produtores rurais de Tamarana (Região Metropolitana de Londrina). “A ação permitiu alimentação mais rica e balanceada”, afirma Ursi. O hospital já havia suspendido os procedimentos eletivos para diminuir a circulação, mantendo atendimento de urgência e emergência.
No Evangélico, desde o último sábado (26), os atendimentos também ficaram restritos a urgências e emergências. Não houve falta de medicamentos e nutricionistas realizaram adequações no cardápio para o otimizar o estoque. No hospital, a principal preocupação era em relação às roupas usadas pelos pacientes. Por mês são mais de 1.900 internações. A lavanderia da instituição é terceirizada e a empresa não consegue buscar ou levar vestimentas por falta de combustível. “Temos uma lavanderia que faz a contingência, porém ela está sem insumo. Estamos buscando contornar o máximo esta situação”, garantiu o gerente médico do hospital, Bruno Bressianini. Ele destacou que apesar do atendimento ser somente para os pacientes com risco de morte encaminhados pelo Samu, a procura via SUS (Sistema Único de Saúde) continua intensa. Já por meio de convênio diminuiu.
Nas três instituições que formam a Iscal (Irmandade Santa Casa) – Santa Casa, Mater Dei e Hospital Infantil – as cirurgias e internações eletivas foram suspensas. Por dia são realizados entre 30 e 35 procedimentos eletivos. “Estamos tentando manter o atendimento das pessoas que estão internadas, procurando manter o atendimento até o início da semana com os medicamentos e materiais que temos. Esperamos uma solução rápida, pois caso contrário pode ter risco de vida para muita gente”, preocupouse Fahd Haddad, superintendente da Iscal.
“Nós vamos nos reunir já com dados concretos para analisar como foi o final de semana”