Caminhoneiros prometem liberar transporte de combustíveis no PR
Após reunião com a governadora Cida Borghetti, representantes de movimentos de caminhoneiros comprometeram-se ontem a permitir a circulação de veículos carregados de gasolina, etanol e óleo diesel em todo o Paraná. Manifestantes afirmam, no entanto, que a
A greve dos caminhoneiros continua no Paraná, com pontos de bloqueio em diversas rodovias. Entretanto, caminhões carregando derivados do petróleo, como gasolina, querosene, etanol, óleo diesel e gás de cozinha, além daqueles com carga considerada prioritária, o que inclui medicamentos e outros insumos para hospitais, já começaram a ser liberados. O acordo foi costurado entre representantes da categoria, membros do setor produtivo e a governadora Cida Borghetti (PP). O anúncio aconteceu após uma reunião na tarde desta segunda-feira (28), no Palácio Iguaçu, sede do governo estadual. No final da noite, o Sindicombustíveis, sindicato que reúne os donos de postos de combustível no Estado, conseguiu liminar judicial para garantir o abastecimento em Londrina (leia mais em Economia).
“Em Curitiba e região metropolitana, liberamos 34 caminhões-tanque, o que acreditamos que, de modo muito breve, na percepção do senso comum, teremos o retorno da normalidade, sem aquelas filas quilométricas de gente desesperada por um litro de combustível”, disse o chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Defesa Civil, Maurício Tortato. Segundo ele, o compromisso é fazer o mesmo em todo o Estado. “Obviamente que há um lapso temporal. Temos cargas que saem daqui para regiões mais longínquas, mas acreditamos, de modo muito otimista, que em dois dias a situação esteja normalizada”.
Apesar do avanço nas negociações, os motoristas dizem que não se sentem totalmente contemplados com as propostas apresentadas no domingo (27) pelo presidente Michel Temer (PMDB-SP). Entre as medidas anunciadas estão a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel por 60 dias e a isenção de pagamento de pedágio para eixos suspensos de caminhões vazios. “A paralisação vai continuar, mas de forma mais ordeira”, resumiu o secretáriogeral da Federação Nacional dos Caminhoneiros Autônomos (Fenacam), Plínio Dias, que é também presidente do Sindicato dos Transportadores de São José dos Pinhais (Sinditac).
APOIO
De acordo com o sindicalista, o apoio em massa da população levou a categoria a incluir na pauta a diminuição nos preços da gasolina e do álcool. “Como o apoio da sociedade foi intenso, em massa, levando até alimentos nas pontas, a gente entende que as pessoas que trabalham com táxi, Uber, motoboys, estão no mesmo barco que os caminhoneiros. A gente não vai virar as costas para essas pessoas. A gente conversou com elas, explicou para que fosse liberada a Petrobras e fez esse diálogo”, contou.
Dias também falou que a fixação do valor mínimo de frete não agrada. “Temos muitos caminhões que fazem trajetos pequenos. Da forma que foi colocada, por quilômetro rodado, não adianta. Tem que ser uma tabela coerente, que atinja os caminhões de curta, média e longas distâncias. Aí sim dá para a gente sentar, conversar e achar uma solução”, completou. O pacote do governo federal ainda inclui a garantia aos caminhoneiros autônomos de pelo menos 30% dos fretes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Sobre a isenção do eixo suspenso, a governadora confirmou que todas as concessionárias de pedágio do Estado foram notificadas, por meio da Agência Reguladora do Paraná (Agepar) e do Departamento de Estradas e Rodagem (DER). Anteontem, ela já tinha anunciado a redução de base de cálculo do ICMS que incide sobre o diesel. “O diálogo no Paraná está prevalecendo. Isso faz com que população se sinta atendida e segura. Estabelecemos uma pauta de prioridade até que a normalidade possa chegar. E temos o adesivo da Defesa Civil para priorizar caminhões com cargas vivas, fármacos, remédios, gás, leite, alimentos perecíveis e viaturas”, acrescentou.