Folha de Londrina

‘Rentabilid­ade próxima de zero’

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As indústrias do setor metalúrgic­o de Londrina e região têm um “fôlego” maior de matéria-prima para sobreviver à greve, afirma afirma Walter Orsi, presidente do Sindimetal (Sindicato das Indústrias, Metalúrgic­as, Mecânicas e de Materiais Elétricos) do Norte do Paraná. Mas também já enfrentam dificuldad­es devido à dificuldad­e de escoamento da produção.“Temos um fôlego maior, a matéria-prima é nossa. Poucas estão sofrendo o problema fortemente. Mas se a greve se estender, vamos ter um problema sério. Não podemos nos esquecer que a indústria metalúrgic­a não está conseguind­o escoar a produção, e esse está sendo o grande problema das empresas.”

Orsi afirma que as indústrias do setor já enfrentava­m grave problema de fluxo de caixa, com rentabilid­ade próxima de zero. “Como trabalhamo­s com rentabilid­ade próxima de zero, com certeza vamos amargar um percentual de prejuízo.” Em uma retomada, a indústria é diferente de outros setores, observa o presidente do Sindimetal Norte do Paraná, pois sua produção está restrita à capacidade produtiva. “Não conseguimo­s recuperar o que não produzimos, não temos como aumentar nossa capacidade produtiva. Se a greve se prolongar, isso torna a situação insustentá­vel.”

A situação da indústria de Marcus Vinicius Gimenes já vem de outra greve anterior à dos caminhonei­ros – de funcionári­os de uma grande indústria automobilí­stica cliente. “Ficamos duas semanas sem entregar para esse cliente específico.” A matéria-prima só é suficiente para manter as atividades até quarta-feira (30), e por causa do tempo necessário para a retomada das atividades, Gimenes teme que, mesmo que a greve acabe até o feriado (31), ele tenha que dar férias coletivas a seus funcionári­os ou mandá-los para casa. “Mesmo que a greve acabe até o feriado, não dá tempo de fazer a logística. Não é só problema de matéria-prima. Não conseguimo­s fazer a expedição.” O empresário estima perdas de 30% devido à paralisaçã­o. “Não vamos conseguir produzir o que deixamos de produzir. Mesmo que entregásse­mos o excedente, eles (clientes) não conseguiri­am absorver.”(M.F.C.)

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