Hemocentro de Londrina registra queda de doações
Unidade do HU é afetada pela greve dos caminhoneiros; número de doadores caiu mais da metade
OHemocentro do HU (Hospital Universitário) de Londrina está sendo diretamente afetado pela greve nacional dos caminheiros, que começou no dia 21. O problema ficou nítido no último sábado (26), dia em que há maior número de doações, mas que recebeu menos de um terço do normal. “Nós temos normalmente 120 doações no sábado e tivemos cerca de 40 bolsas nesse último. Os doadores precisam de transporte para vir para cá (rua Cláudio Donizete Cavalieri, 156, zona leste), não é no centro, então houve essa redução”, apontou Celina Silva, bioquímica do Hemocentro.
O número também caiu mais da metade em doações realizadas no meio da semana. Segundo Rosane Higemberg, responsável pela captação dos doadores, a média era de 30 bolsas cheias diariamente, de segunda a sextafeira, mas caiu para cerca de 15 bolsas no período da greve.
Em Apucarana (CentroNorte), a queda atingiu os números apresentados pelo Hemepar (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná) na última segunda-feira (28), de que haveria uma queda de 30% das doações em todo o Estado. “Estamos com baixa adesão de doadores, principalmente daqueles dos outros municípios. Por conta da greve, eles acabam cancelando a vinda”, lamenta Claudete Omotto, chefe do Hemonúcleo de Apucarana, centro de doações da 16ª Regional de Saúde, que atende 17 municípios. “Aqui tivemos uma queda real de 25% a 30%. Nós sabemos que cada um tem suas limitações, mas estamos contando com a população daqui e da região para que procure nossa unidade para mantermos pelo menos o estoque.”
Já o Hemocentro do HUM (Hospital Universitário de Maringá) ainda não sentiu os reflexos da greve. Segundo Teresa Peluso, assistente social da instituição, os trabalhos ainda estão dentro da normalidade, mas a expectativa é de que haja uma redução nos próximos dias. “Nós esperamos uma queda daqui para frente, quando começar a acabar os combustíveis, se os transportes coletivos pararem, aí seremos afetados realmente.”
As doações de sangue já vinham caindo desde a semana anterior ao início da greve. Isso por conta do início do frio, época do ano na qual os estoques dos hemocentros sempre são afetados pela falta de doadores. “Isso é recorrente em todos os anos e é um problema que enfrentamos”, reforça Peluso.
SOLIDARIEDADE
Na tarde desta segunda-feira (28), cerca de 30 caminhoneiros foram ao Hemocentro de Londrina para doar sangue. O movimento foi organizado e previamente avisado à direção do HU. “Inicialmente eles perguntaram se não teria como irmos até lá (rodovia) para que eles doassem, mas não temos como sair daqui, então eles vieram em duas vans para fazer as doações”, revelou Rosane Higemberg, responsável pela captação dos doadores do Hemocentro.
A ação dos caminhoneiros ajudou no aumento da média de doações diárias ao HU e foi motivada pelas notícias veiculadas de que haveria uma queda considerável no número de bolsas de sangue armazenadas. Segundo Higemberg, a expectativa é de que o ato se repita nos próximos dias. “A programação é para que doem mais, segundo eles mesmos disseram. Tentarão trazer outros grupos, angariar mais pessoas para comparecerem. A expectativa é de que até quarta-feira (30) venham, antes do feriado (Corpus Christi), porque aí é mais um dia de queda.”
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