Aulas em Londrina devem ser retomadas só na próxima semana
Alegando falta de combustível para transporte, gás de cozinha e alimentação, secretaria de Educação optou por suspender as atividades até sexta
Arede municipal de Educação de Londrina também foi atingida pela greve dos caminhoneiros. A secretaria optou por suspender as aulas até quarta-feira (30). Na quinta (31) as escolas já não iriam abrir por ser feriado de Corpus Christi e na sexta (1) será recesso, previsto no calendário escolar. Se tudo ser normalizado, a expectativa é que as aulas sejam retomadas no início da próxima semana. São 87 escolas municipais e 33 CMEIs (Centros Municipal de Educação Infantil), que juntos atendem aproximadamente 36 mil meninos e meninas.
Segundo Maria Tereza Paschoal de Moraes, secretária de Educação, seis mil crianças da zona rural e que moram no jardim Vista Bela, zona norte, dependem do transporte escolar, que não conta mais com combustível. “Em várias escolas faltam gás e gêneros alimentícios. A entrega é semanal e as instituições estão sem hortifrúti e carne, o que impossibilita a merenda”, explicou. “Os professores também começaram a avisar que iam faltar. Decidimos pela suspensão, pois não iríamos conseguir atender todos”, pontuou. Em Londrina, 19 empresas realizam o transporte escolar.
Moraes garantiu que os alunos não serão prejudicados e que terão o conteúdo reposto de forma domiciliar. “Os professores irão se planejar para passar as atividades para o estudantes fazerem em casa. São 200 dias letivos e todos estão comprometidos com aula. Serão exercícios extracurriculares e que vão compreender o que seria ensinado na sala de aula”, afirmou. Dos 52 CEIs (Centros de Educação Infantil), pelo menos metade deve seguir a conduta do município. Nestes lugares são mais sete mil crianças.
PROFESSORES
Em decisão inicial, os professores teriam que ir até as instituições de ensino e usar o período para reuniões de trabalho e práticas pedagógicas sem os alunos. Porém, o executivo voltou atrás e todos os docentes terão os dias abonados. “Muitos professores procuraram o poder público para relatar que mesmo sem os alunos estava difícil o transporte. Decidiu-se por autorizar que nenhum precise ir as escolas”, disse. Proprietários de vans escolares particulares relataram à secretaria que não contam com combustível para levar as crianças nas escolas neste semana.
COMPROMISSO
Com o filho matriculado no CMEI Abdias do Nascimento, no conjunto Pindorama, zona leste da cidade, a cozinheira Adriana Santos mostrou preocupação coma suspensão das aulas. “Mesmo que estes dias sejam repostos, não será a mesma coisa. Vou tentar ocupá-lo com algumas atividades educacionais para que aproveite o tempo que vai estar em casa para estudar”, ponderou.
Para a doméstica aposentada Geni Francisco, a semana será de rever os compromissos. Durante os próximas dias, ela terá a responsabilidade de ajudar no cuidado de dois sobrinhos que estudam na Escola Municipal Anita Garibaldi, no jardim Espanha, também na zona leste. “É ruim porque aproveito o tempo que eles estão na escola para fazer serviços de casa e outras questões no centro. Agora é ficar com eles para ajudar a família, que não tem com quem deixá-los”, constatou. “Imaginávamos que teria algum tipo de suspensão pelas proporções da greves dos caminhoneiros.”
OUTROS MUNICÍPIOS
Além de Londrina, outros municípios da Região Metropolitana decidiram pela suspensão das aulas. Deliberaram por retornar o expediente nas escolas e centros de educação na próxima segunda as cidades de Cambé, Rolândia e Arapongas. A motivação também tem ligação com a greve dos caminhoneiros. As prefeituras alegam falta de alimentos e gás, e inconvenientes no transporte para alunos, pais e professores. Em Cambé são sete CEIs e 17 escolas, entre rurais e urbanas, que recebem seis mil crianças.
Em Tamarana, por dependerem do transporte, as escolas municipais Enes Barbosa, Professora Iracema Torres Rochedo e Professora Taeko Lima Almeida terão suas aulas suspensas a partir de terça. Já as atividades seguirão normais – ao menos durante esta semana – nos Centros Municipal de Educação Infantil Criança Esperança e no Centro de Educação Infantil Vinde a Mim.
“Mesmo que estes dias sejam repostos, não será a mesma coisa”