LUIZ GERALDO MAZZA
Corremos o risco de ficar sem pesquisas numa eleição curtíssima como a que se aproxima.
Em princípio o PSDB está com a Cida Borghetti, pelo menos no entender da maioria, mas na convenção do partido pode até “pintar” a candidatura avulsa que pende entre Ratinho e Osmar Dias. A declaração do exgovernador Beto Richa ratifica algo de sua trajetória: a falta de comando sobre os supostamente liderados, mesmo com o capital político de eleição e reeleição para prefeito da capital e governador e tudo num só turno.
Ele é o oposto do slogan de São Paulo, a unidade federativa gigante, na pregação de que conduz e não é conduzida, em bom latim “ducco, non duccor”. Como seu governo, que jamais teve um programa com um mínimo de teoria, o que sobrava na gestão do seu pai, não sabe como definir prioridades e principalmente enunciar afinidades. Há ideias, epistemes, pensamento no que diz e faz?
Sua solidariedade é seletiva: para o chefe de gabinete na Assembleia Legislativa, apanhado nomeando a sogra fantasma e pegando a grana, chegou a postar-se como teólogo, quase a imitar um papa, ao sugerir que se pune o pecado, jamais o pecador. Essa generosidade foi extensiva a outros personagens do seu convívio, hoje às voltas com a justiça em função de desvios dissimulados como normais por sua aproximação e intimidade com os autores.
Quando o diretor do DER, Nelson Leal, foi preso pela Lava Jato não exerceu – ele ou o seu governo – qualquer ponderação no sentido do benefício da dúvida, embora se tratasse do hierarca mais próximo do seu irmão mais velho, o Pepe, na área da infraestrutura, como também deixou passar a ação de sua sucessora na demissão de um cargo na Copel do seu mais importante secretário, cabeça do sistema, Deonilson Roldo. Irradiando tantas contradições, não espanta sua postura política de transformar sua condição de cabo eleitoral máximo numa postura lotérica que poderá até recair num avulso, condição que ele próprio assumiu ao não saber sustentar a identidade de campeão de votos.