BOLA PRO MATO
Perder ou ganhar é normal, mas o problema é a falta de poder de reação do LEC.
Você, caro torcedor do Londrina, sabe escalar o time titular do Tubarão? E me dizer qual é o padrão de jogo desse time? Quem é o jogador que decide, que pega a bola e diz “dá aqui que eu resolvo”? Não tem essas três respostas, não é? Pois é. Eu também não tenho. E é um time nesta situação que entra em campo na noite desta terça-feira (29) para enfrentar o maior rival. Ter pela frente um dérbi regional em um momento de crise pode ser ótimo ou péssimo. Uma vitória sobre o Coritiba pode colocar ordem na casa, esconder as falhas e recuperar a confiança dos jogadores, dar moral. Por outro lado, um revés pode afundar de vez a equipe.
Enquanto as consequências do clássico não estão definidas, é preciso falar sobre o que o antecede, e o quadro é desanimador. Assim como eu e você, que estamos sem combustível para cumprir nosso trajeto diário, o Londrina parece sem gás também para reagir. Enquanto nós apostamos na reserva para nos salvar nestes dias de tanque vazio, o técnico Marquinhos Santos não conseguiu tirar nada dos reservas. Entra jogador, sai jogador e nada de o time mudar.
Perder ou ganhar é normal no futebol, mas o problema é a falta de poder de reação do Londrina. O time nos passa a impressão de que pode jogar uma semana seguida, ininterruptamente, e as coisas vão continuar como estão: apatia, fraqueza, falta de inspiração, de indignação com a fase ruim, de vontade de vencer. O técnico já usou nove atacantes diferentes em sete jogos. NOVE. E até agora o time fez quatro gols apenas na competição, sendo que apenas dois foram de jogadores do setor ofensivo. Isso é inadmissível. A culpa é só deles? Claro que não. Para fazer os gols, é preciso criar, e criar não tem sido algo muito corriqueiro na vida alviceleste este ano.
Claro que o primordial agora é ganhar para não entrar na zona de rebaixamento e acalmar os ânimos. Mas não é uma vitória apenas que vai resolver os problemas do Londrina na Série B. O time (jogadores, comissão técnica e diretoria) precisam mostrar o que querem da vida em 2018.
Vale a pena assistir
Para quem gosta de futebol e quer matar a saudade de monstros da bola, aí vai uma dica: a série “Minha Rota”, da ESPN. São três episódios, contados em primeira pessoa, relembrando a história de três ídolos. O argentino Mario Kempes, um dos líderes da seleção argentina campeã da Copa de 1978, protagonizou o primeiro deles. O segundo foi com o brasileiro Alex, ex-Palmeiras, Cruzeiro e Coritiba. Ambos já foram ao ar, mas podem ser vistos no WatchESPN, plataforma online de vídeos da emissora. O terceiro será com o ex-atacante Hugo Sánchez, o maior nome do futebol mexicano, e será apresentado em agosto. É emocionante.