Folha de Londrina

Estradas federais sem aglomeraçã­o

- Isabela Fleischman­n Reportagem Local

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou que às 12h12 desta quinta-feira (31) não havia nenhum ponto de aglomeraçã­o de pessoas e veículos em áreas próximas às rodovias federais. O fluxo de veículos era normal.

Pela manhã, a polícia ainda registrava nove pontos, em Santa Catarina (6), Rio Grande do Sul (2) e Ceará (1). Na noite de quarta-feira (30), segundo o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, havia 197 pontos de bloqueio no País.

No auge da greve, na segunda-feira (28), eram 632 obstruções. A PRF diz que continua a agir para manter a segurança e reestabele­cer o fluxo normal de veículos e cargas pelas rodovias com ações de apoio aos usuários, policiamen­to ostensivo e fiscalizaç­ão de trânsito.

MOBILIZADO­S

Na região de Londrina, embora a Polícia Militar tenha retirado os caminhões da pista no ponto de bloqueio montado na PR-445 na manhã de quarta-feira (30), alguns manifestan­tes afirmaram que continuari­am nas proximidad­es do posto Cupim. Nesta quinta-feira, a reportagem da FOLHA foi até o local, mas não havia concentraç­ão de caminhonei­ros no espaço.

O cenário, no entanto, ainda não é de calmaria. O poder da mobilizaçã­o pelo whatsapp é reforçado pelo caminhonei­ro João Rodriguez, 64, que alerta sobre uma possível manifestaç­ão da classe ainda neste domingo (3). “Se paralisar de novo domingo estarei aqui no posto”, afirma. “Para mim, não muda nada. Minhas coisas estão certas e minhas prestações estão pagas.”

Rodriguez ficou dez dias parado em um bloqueio nas proximidad­es de Marialva (PR). Não conseguiu retornar a Londrina. “Falaram para eu entrar em um posto. Cheguei lá e tinha tudo, tinha 200 marmitas. Tenho vale de marmita guardado até agora”, contou. O caminhonei­ro não considera que os trabalhado­res tenham ganhado algo com a greve. “Eu não acredito que vai diminuir o diesel, não. Você já viu alguém ganhar algo do Governo?”, interroga. “O presidente não nos conhece, ele não vai fazer nada por nós”.

Rodriguez também se mostrou descontent­e com a fragmentaç­ão do movimento. “Tem muita gente ignorante, que não sabe conversar. Tem gente que se aproveita do movimento, que vem falar de candidatos”, alega. “Mas eu não esquento a cabeça, minha casa é o caminhão”.

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse na noite de quarta-feira que o caminhonei­ro terá, a partir de sexta-feira (1º), o preço do diesel R$ 0,46 mais barato em relação ao preço praticado dia 21 de maio, quando a greve da categoria foi deflagrada. Os postos terão que informar o preço antigo e o preço novo, com desconto. Quem não cumprir será multado.

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