Estradas federais sem aglomeração
A PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou que às 12h12 desta quinta-feira (31) não havia nenhum ponto de aglomeração de pessoas e veículos em áreas próximas às rodovias federais. O fluxo de veículos era normal.
Pela manhã, a polícia ainda registrava nove pontos, em Santa Catarina (6), Rio Grande do Sul (2) e Ceará (1). Na noite de quarta-feira (30), segundo o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, havia 197 pontos de bloqueio no País.
No auge da greve, na segunda-feira (28), eram 632 obstruções. A PRF diz que continua a agir para manter a segurança e reestabelecer o fluxo normal de veículos e cargas pelas rodovias com ações de apoio aos usuários, policiamento ostensivo e fiscalização de trânsito.
MOBILIZADOS
Na região de Londrina, embora a Polícia Militar tenha retirado os caminhões da pista no ponto de bloqueio montado na PR-445 na manhã de quarta-feira (30), alguns manifestantes afirmaram que continuariam nas proximidades do posto Cupim. Nesta quinta-feira, a reportagem da FOLHA foi até o local, mas não havia concentração de caminhoneiros no espaço.
O cenário, no entanto, ainda não é de calmaria. O poder da mobilização pelo whatsapp é reforçado pelo caminhoneiro João Rodriguez, 64, que alerta sobre uma possível manifestação da classe ainda neste domingo (3). “Se paralisar de novo domingo estarei aqui no posto”, afirma. “Para mim, não muda nada. Minhas coisas estão certas e minhas prestações estão pagas.”
Rodriguez ficou dez dias parado em um bloqueio nas proximidades de Marialva (PR). Não conseguiu retornar a Londrina. “Falaram para eu entrar em um posto. Cheguei lá e tinha tudo, tinha 200 marmitas. Tenho vale de marmita guardado até agora”, contou. O caminhoneiro não considera que os trabalhadores tenham ganhado algo com a greve. “Eu não acredito que vai diminuir o diesel, não. Você já viu alguém ganhar algo do Governo?”, interroga. “O presidente não nos conhece, ele não vai fazer nada por nós”.
Rodriguez também se mostrou descontente com a fragmentação do movimento. “Tem muita gente ignorante, que não sabe conversar. Tem gente que se aproveita do movimento, que vem falar de candidatos”, alega. “Mas eu não esquento a cabeça, minha casa é o caminhão”.
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse na noite de quarta-feira que o caminhoneiro terá, a partir de sexta-feira (1º), o preço do diesel R$ 0,46 mais barato em relação ao preço praticado dia 21 de maio, quando a greve da categoria foi deflagrada. Os postos terão que informar o preço antigo e o preço novo, com desconto. Quem não cumprir será multado.