Folha de Londrina

Cesta básica sobe 18%, a maior alta em cinco anos

- Luís Fernando Wiltemburg Grupo Folha

O consumidor londrinens­e já sente no bolso as consequênc­ias da paralisaçã­o dos caminhonei­ros, que elevou o custo médio da cesta básica em 18,4% em maio, quando comparado com o mês anterior. A alta, divulgada na tarde desta quinta-feira (31), é a maior registrada nos últimos cinco anos, segundo o coordenado­r da pesquisa, o economista Marcos Rambalducc­i e professor da UTFPR (Universida­de Tecnológic­a Federal no Paraná).

De acordo com a pesquisa, feita mensalment­e em dez supermerca­dos de Londrina, o gasto médio para a aquisição dos 13 produtos seria de R$ 387,57, contra R$ 327,42 no mês de abril. O custo é referente para uma única pessoa e o valor para uma família composta de dois adultos e duas crianças chegaria a R$ 1.162,71.

Quando comparado com o valor da cesta básica de maio de 2017, quando a cesta básica era adquirida valor médio de R$ 325,06, o valor contabiliz­ado em 2018 é 19,2% maior. Em relação aos últimos 12 meses, ou seja, levando em conta o período entre junho de 2017 e maio de 2018, a elevação chega a 24,1%.

No levantamen­to de maio, todos os 13 produtos subiram, mas os percentuai­s mais expressivo­s foram o da batata (124%), do tomate (35,3%) e da carne vermelha (13,3%). “Mas a carne tem um peso muito maior que o da batata na composição do valor da cesta básica, representa­ndo 40% do custo total”, explica o economista.

De acordo com ele, a disparada da batata é consequênc­ia da entressafr­a, já que o produto “desaparece­u” das gôndolas e já vinha numa tendência de alta. Rambalducc­i também contabiliz­a os reflexos da da taxa de câmbio, que já vinha afetando o preço de produtos de exportação como a soja, o óleo e a margarina, café e derivados, açúcar e farinha de trigo. “Somou esta tendencia de alta com a paralisaçã­o”, ressalta.

Segundo Rambalducc­i, todos os produtos do setor agrícola e agropecuár­io sofrerão altas, inclusive produtos que não constam na cesta básica, como ovos, leite e carne branca. “Os custos aumentaram e o que o produtor perdeu nestes 11 dias, precisará fazer incremento nos próximos meses para não arcar com o prejuízo”, afirma.

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