PC apreende arma do mesmo modelo usado contra Marielle
Rio - Um confronto balístico irá determinar se a submetralhadora HK-MP5 apreendida pela Polícia Civil numa ação contra milicianos em Itaguaí, na Baixada Fluminense, na tarde quarta-feira, 30, foi usada para matar a vereadora Marielle Franco (Psol) e o motorista dela, Anderson Gomes, no dia 14 de março.
De fabricação alemã, a submetralhadora, encontrada num apartamento vazio do condomínio Zafira, do programa Minha Casa Minha Vida, na localidade de Chaperó, estava junto a outros armamentos da milícia que domina o conjunto: uma metralhadora, quatro pistolas, dois revólveres e munição. Diferentemente das demais, a HK-MP5 dificilmente é apreendida no Rio.
O modelo é utilizado pelo Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar e pela Coordenadoria de Operações Especiais da Polícia Civil do Rio, além de grupos de elite das Forças Armadas. Desde que a reconstituição do crime, no dia 11, confirmou o tipo da arma do atirador de Marielle, foi determinada uma perícia em todas aquelas de que as forças de segurança dispõem atualmente.
A submetralhadora HKMP5 será periciada pelo ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli). “Vai ser feito o confronto balístico com o projétil recuperado, que está amassado, e com estojos. Por microcomparação, será possível identificar as ranhuras, que são individualizadas”, explicou nesta quinta-feira, 31, o promotor Jorge Luis Furquim, que investiga milícia em Itaguaí. “Se as marcas forem iguais ao que foi coletado na cena do crime, há a certeza absoluta. A nível microscópico, é possível saber com precisão”.
A apuração do caso Marielle está a cargo da Delegacia de Homicídios, e os passos da investigação são mantidos sob sigilo. O carro da vereadora foi atacado na região central do Rio.