Folha de Londrina

Itália terá primeiro governo populista de sua história

- France Presse

Roma - O líder do populista Movimento 5 Estrelas, Luigi Di Maio, e o líder da direitista Liga, Matteo Salvini, chegaram nesta quinta-feira a um novo acordo para formar o primeiro governo populista da história da Itália, após terem fracassado há quatro dias.

“Reuniram-se todas as condições para se formar um governo”, anunciaram em um comunicado conjunto, com o qual colocaram em andamento os mecanismos para designá-lo.

O governo será liderado pelo professor Giuseppe Conte, um jurista sem experiênci­a política convocado hoje pelo presidente da república, Sergio Mattarella, que o designou como primeiro-ministro.

Após quase quatro horas de reunião, Di Maio e Salvini chegaram a um acordo sobre uma nova lista de ministros, que substitui na pasta de Economia Paolo Savona, vetado no último domingo por Mattarella por suas posições contrárias ao euro.

Na Itália, os ministros têm que ser aprovados pelo presidente antes de o Executivo ser ratificado pelo parlamento.

A ideia de um governo M5E-Liga havia sido abandonada no domingo à noite, após o veto de Mattarella à nomeação à frente do Ministério de Economia e Finanças de Paolo Savona, um economista que considera o euro “uma prisão alemã”.

Na quarta-feira à noite, Luigi Di Maio propôs um compromiss­o: manter Savona, mas em outra posição, e nomear em seu lugar uma personalid­ade “do mesmo escopo”.

Segundo a imprensa local, Savona será ministro dos Assuntos Europeus, enquanto o estratégic­o Ministério da Economia ficaria a cargo do professor de economia política e jurista Giovanni Tria.

“Já que não é necessário um governo técnico, renunciei ao cargo dado pelo presidente Mattarella”, anunciou o economista Carlo Cottarelli no palácio presidenci­al.

“Um governo de caráter político é a melhor solução para o país e evita a incerteza que novas eleições geram”, acrescento­u Cottarelli.

A Itália estava há 89 dias sem governo, desde as eleições de 4 de março. Conte apresentou a lista de seus ministros, que irão prestar juramento amanhã, segundo o secretário-geral da presidênci­a, Ugo Zampetti.

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