Folha de Londrina

Quantos símbolos os moradores reconhecem?

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Perceber a cidade e notar que em diversas formas há uma instalação para homenagear, comemorar, simbolizar. Quantos monumentos os londrinens­es reconhecem? História e expressão da identidade. Espalhados nas paisagens, há instalaçõe­s que gritam por atenção e por socorro.

Etelvina Cardoso Coelho, 53, passa todos os dias pela rua Senador Souza Naves. No caminho, um monumento nem chama mais a atenção. “Eu trabalho aqui perto, sei que se chama monumento à Bíblia. O significad­o todo eu nunca me atentei a perguntar. Não conheço a história”, revela.

Quatro bases dispostas em cruz, cada uma contém texto dos evangelist­as Mateus, Marcos, Lucas e João e uma imagem das tábuas da lei com os Dez Mandamento­s. No centro, a formação de um obelisco apontando para o céu. A implantaçã­o é de 1977, mas foi restaurado em 1994 pelas mãos do artista plástico Luis Trevisan.

Apesar de não conhecer a história, Coelho reconhece a importânci­a. “Londrina tem muita coisa que se perde, muita história se perdeu, como a antiga Catedral da cidade. Os mais antigos dão valor, mas os mais jovens não”, opina.

NISHINOMIY­A E MODENA

Há cinco monumentos na Praça Nishinomiy­a (zona leste). Entre eles, a Lanterna Kasugatoro (do templo Kasuga), doada como símbolo da amizade entre as cidades Nishinomiy­a, do Japão, e Londrina. A instalação foi realizada em 1989, mas a lanterna é um exemplar original do Japão e possui mais de 400 anos.

“Moro aqui na região há 45 anos. Lembro que o prefeito foi no Japão, fez amizade e eles trouxeram para cá”, recorda Benedito Lessa Nobre, 78. “Sei da história porque fui ouvindo. É importante contar a história, como a rodoviária, estação de trem. Eu andei muito de trem, é bom para os jovens conhecerem. Tem muita história ali”, afirma o aposentado.

Magno José da Silva, 82, lembra quando a Lanterna foi colocada na praça. “Veio muita gente na celebração, gente do Japão. Até hoje fazem festas em comemoraçã­o aqui”, relata o aposentado que frequenta a praça há mais de 30 anos.

O local é bem conservado e sempre movimentad­a. As pessoas utilizam o espaço para caminhar, passear, conversar. Já em outro ponto, na Praça de Modena (zona sul) a história é outra. Com traços de abandono, a população nem reconhece a instalação. “Eu não sabia que era monumento. Muito feio, mal cuidado, está abandonado”, reclama Nancy Rodrigues, 51.

O local é símbolo da irmandade da cidade de Modena, na Itália, e Londrina. A instalação em rocha basáltica bruta é de 1996 e perdeu sua placa em bronze que representa­va a coirmandad­e entre as cidades. Segundo a diarista, o local traz pouco significad­o e quase não vê pessoas frequentan­do. “Para mim não simboliza nada, é um monte de tijolo apodrecend­o”, destaca.

(L.T.)

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