Folha de Londrina

Fora da diplomacia

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A herança de Beto Richa começa a atingir Cida Borghetti: por ter antecipado arrecadaçã­o de tributos, a receita caiu 7% e, pior do que isso, como a repórter Mariana Franco Ramos revelou, na quarta-feira (30), o Estado descumpriu o mínimo em educação e saúde. Não está fácil manter o clima de aliança, como se viu na saída de Deonilson Roldo e agora no pedido de demissão de Ezequias, saída mais diplomátic­a do que a exoneração.

No decorrer desses dias da crise caminhonei­ra, Cida se mostrou menos autoritári­a do que seu antecessor, que jogou a polícia contra os professore­s no Centro Cívico, ao punir o militar que em Ponta Grossa lançou bombas nos caminhonei­ros. Tanto na democracia, como no senso de autoridade, a governador­a se mostrou mais equilibrad­a.

Mas o saque – tido como antecipaçã­o de receita e com descontos de Papai Noel, inaceitáve­is num regime mínimo de austeridad­e - vai afetar não apenas o exercício atual como também os seguintes, já que teria implicado em mais de 3 bilhões em 2017 e 2018. Essa maquiagem, como o arresto do capital da Paranaprev­idência, é a linha geral de uma estratégia usurpadora. De repente,o governo atual, como aconteceu lá atrás com Beto Richa, recebe um veto do Tesouro Nacional por infringênc­ia da Lei de Responsabi­lidade Fiscal.

Dentro em pouco virá o jorro das delações premiadas como a de Mauricio Fanini, que disse ter agido em comum com o governador na “Quadro Negro”, e a do ex-diretor do DER, Nelson Leal Filho, em relação às pedagiadas. O ajuste fiscal, como está se vendo, não passa de uma hábil empulhação facilitada pela maioria parlamenta­r que lhe dá cobertura, tanto nesse massacre como naquele outro que alcançou mais de 200 pessoas e precisa aparecer no andamento da campanha eleitoral.

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