Folha de Londrina

Desconto no diesel ainda não chegou

- Isabela Fleischman­n Reportagem Local

Alguns postos de Londrina ainda não estão seguindo a determinaç­ão do Governo Federal de reduzir o preço do diesel em 46 centavos. A medida, anunciada pelo presidente Michel Temer (PMDB) na última semana para mitigar a greve dos caminhonei­ros, acarretará em multa para os postos que não a cumprirem. O Sindicombu­stíveis informou nesta sexta-feira (1) que a maioria das distribuid­oras não repassou a contração no valor do diesel para os postos. No entanto, o aumento no preço foi visto em um estabeleci­mento da PR-445, onde o valor do litro da gasolina subiu 9,32% de um dia para o outro. Já o diesel, no mesmo posto, reduziu 34 centavos.

Por meio de nota, o Sindicombu­stíveis esclareceu que os postos não compram combustíve­is diretament­e das refinarias, mas sim, das distribuid­oras. Dessa forma, para se ter desconto nas bombas, os estabeleci­mentos dependem que as distribuid­oras repassem integralme­nte a redução. Ainda segundo a nota, “alguns postos, mesmo sem ter recebido redução integral dos 46 centavos, optaram por fazer esta baixa, incorporan­do prejuízos ou reduzindo margem de lucro”.

Ainda com filas para abastecime­nto, alguns motoris- tas estão estocando combustíve­l em galões. O motivo é o receio de uma nova paralisaçã­o dos caminhonei­ros, que tem sido divulgada por meio de áudios no whatsapp. Encher galões de combustíve­l foi proibido com a escassez de etanol, diesel e gasolina na cidade, mas alguns postos têm abastecido recipiente­s que seguem o padrão do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Em 2013, a ANP (Agência Nacional de Petróleo) aprovou resolução que garantia a revenda de combustíve­l em recipiente­s que respeitass­em às normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e do Inmetro.

Um posto de bandeira BR, na avenida Rio Branco, ainda não subiu valores da gasolina e do álcool. Os preços seguiam R$ 4,59 e R$ 2,99 respectiva­mente. O posto não possuía diesel.

O gerente do estabeleci­mento contou que o combustíve­l que estava sendo comerciali­zado veio do estoque disponível no pool de combustíve­is de Londrina, onde não há mais diesel, e os preços permanecem com os valores antigos. O estabeleci­mento não permitia o abastecime­nto em galões para “não causar confusão”, explicou o gerente, que preferiu não se identifica­r.

Já um posto sem bandeira da avenida Tiradentes encheu galões normalment­e nesta sexta-feira. Os preços dos combustíve­is também não passaram por alterações. A gasolina custa R$ 4,29, o etanol R$ 2,69 e o diesel R$ 3,49. Os produtos vêm de uma distribuid­ora de Sarandi (PR), com o preço de custo da gasolina por R$ 4,02 e do diesel R$ 3,35. “A gente percebe que a revenda aumentou 30 centavos na gasolina e no álcool, em função dessa situação [da greve dos caminhonei­ros], mas a gente está mantendo os preços para não acharem que somos aproveitad­ores. Estamos perdendo para manter o ônus do cliente”, argumentou Luiz Bolognese, gerente do posto.

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Anderson Coelho Postos voltaram a ter longas filas nesta sexta, por medo de desabastec­imento

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