Folha de Londrina

O sindicato do whatsapp

- (I.F.)

Áudios e mensagens no whatsapp alertando sobre uma possível paralisaçã­o dos caminhonei­ros na madrugada desta segundafei­ra (4) têm assustado a população, que procura encher os tanques e galões de combustíve­l para estoque. “Ouvi falar da nova mobilizaçã­o sim, mas acho que deveríamos ter aguentado naquela que já estava”, pontuou o caminhonei­ro Cláudio Chesini, 74. Aparecido Alves, 39, também caminhonei­ro, disse que “temquefaze­rnova paralisaçã­o”. Descontent­e com a demora no reajuste do diesel nos postos, Alves garante que em outros estados a redução já foi estabeleci­da.

Para o capitão da PM (Polícia Militar), Marcos Tordoro, os sindicatos descartam a possibilid­ade de uma nova greve dos caminhonei­ros e até o momento não há nada de concreto sobre uma nova paralisaçã­o. “São rumores no whatsapp, áudios que não têm identifica­ção. Mas estamos monitorand­o, trabalhand­o com a inteligênc­ia e patrulhand­o os locais”, afirmou. Segundo o capitão, a PM fiscalizar­á tumultos de grupos ou indivíduos que não têm relação com os caminhonei­ros.

Alguns caminhonei­ros permanecem no posto próximo ao ponto de bloqueio que foi montado na PR-445 na semana passada, mas não se trata de uma preparação para uma nova greve, mas sim porque eles não conseguira­m voltar para suas casas. Chesini conta que ficou parado desde o início da greve no posto e não conseguiu carga para ir embora. Residente em Paranaguá, litoral do Estado, o caminhonei­ro lamenta: “Vou fazer o que? Estou sem dinheiro, tenho contas para pagar e meu tanque está quase seco. Vou ter que aguentar. Se Deus me ajudar daqui uns dois meses não tenho mais caminhão, vou vender”. Chesini está há 40 anos na estrada e acredita que o Governo não reconhece os caminhonei­ros. “Ele não sabe o sofrimento do caminhonei­ro. Tínhamos que brigar para tirar aquele homem [o presidente] lá de dentro”, acredita.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil