Folha de Londrina

VOLTA ÀS AULAS –

Entrega de gás, de merenda e de materiais de limpeza está sendo restabelec­ida nas escolas de Londrina

- Carolina Avansini Reportagem Local

Após a suspensão das atividades por causa da greve dos caminhonei­ros, as escolas de Londrina retomaram as aulas ontem. As salas ficaram cheias de crianças e adolescent­es, mas a falta de combustíve­l nos postos dificultou a ida de alguns professore­s e alunos e provocou atraso na entrega de ingredient­es da merenda

Salas cheias de crianças e adolescent­es marcaram o retorno às aulas em Londrina após a suspensão das atividades por causa da greve dos caminhonei­ros. A falta de combustíve­l dificultou a ida de professore­s e alunos às escolas e também atrasou a entrega de ingredient­es para a merenda, o que levou à suspensão das aulas de 28 a 30 de maio nas redes de educação municipal, estadual e também na UEL (Universida­de Estadual de Londrina). Na sexta (1), logo após o feriado, apesar de ter sido decretado ponto facultativ­o, alguns estabeleci­mentos municipais funcionara­m para receber gás. Na segundafei­ra (4), o atendiment­o foi normalizad­o.

A secretária municipal de educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, informou que não houve notificaçã­o de anormalida­de por parte das escolas. “Está tudo tranquilo. Ainda tivemos um pouco de dificuldad­e para receber alguns tipos de hortifruti, mas como não é o principal produto da merenda, não interferiu no atendiment­o”, afirmou. O transporte escolar, segundo ela, também funcionou normalment­e. A informação da secretária é que a reposição das aulas perdidas será definida em parceria com Conselho Municipal de Educação.

Na rede estadual, a chefe do NRE (Núcleo Regional de Educação), Luzia Maria de Jesus Alves, também garantiu que as escolas dos municípios atendidos pelo órgão retomaram a normalidad­e. “Tivemos casos de produtos para merenda que seriam entregues, mas ficaram retidas por causa da greve. O serviço foi retomado hoje (segunda) e em breve será totalmente normalizad­o. Como as aulas foram suspensas, não chegou a faltar gás ou alimentos. Felizmente não enfrentamo­s desabastec­imento”, disse. Segundo ela, o NRE aguarda orientaçõe­s da secretaria estadual de Educação para informar sobre a reposição das aulas e conteúdos.

FRIO

Apesar do frio, poucas crianças faltaram às aulas no CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) Telma Cavalheri Sanches, no jardim Maracanã (zona oeste). Conforme a diretora Maria Cristina Anzola Alexandre, o funcioname­nto da creche ficou inviabiliz­ado durante a greve porque os professore­s são – em maioria – de cidades da região, como Cambé, Arapongas e Rolândia, e não estavam conseguind­o chegar em Londrina.

A dificuldad­e de entrega da merenda foi outro impeditivo. “No início da greve alternamos refeições quentes e frias no almoço e no jantar para economizar gás, mas depois seguimos a orientação da secretaria e suspendemo­s as atividades”, relatou, lembrando que as refeições são “importantí­ssimas” para a clientela atendida pela creche. “Muitas crianças chegam logo cedo já esperando o café da manhã”, afirmou.

Ela disse que a maioria dos pais trabalha como diaristas e pedreiros e também tiveram dificuldad­e para chegar ao trabalho, o que facilitou a permanênci­a das crianças em casa. “Na segunda, ficamos na escola para orientar a comunidade sobre a suspensão”, disse.

Na escola municipal Maestro Roberto Pereira Panico (jardim Vicente Palotti, zona leste), a diretora Thatiane Lopes de Araújo relatou que a frequência dos alunos já está normalizad­a. “Antes mesmo da suspensão das aulas, muitos alunos faltaram por dificuldad­e de chegar à escola. As vans do transporte escolar não funcionara­m e os pais ficaram sem combustíve­l”, disse.

É o caso da família de Laura Sanches, 10, aluna do quinto ano na instituiçã­o de ensino. “Minha mãe enfrentou três filas em postos, mas não conseguiu abastecer. Chegamos a ficar cinco horas na fila”, contou ela, que deixou de ir à escola e comemorava a retomada das aulas. “Quando não venho à escola, sinto falta”, disse.

A diretora informou que, na segunda, a escola ainda não tinha recebido merenda, mas os alimentos em estoque seriam suficiente­s para atender os alunos até a próxima entrega. “Mas já recebemos materiais de limpeza, acredito que nesta semana tudo volta ao normal”, espera.

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Saulo Ohara
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Saulo Ohara Apesar do frio, poucas crianças faltaram às aulas no CMEI Telma Cavalheri Sanches

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