VOLTA ÀS AULAS –
Entrega de gás, de merenda e de materiais de limpeza está sendo restabelecida nas escolas de Londrina
Após a suspensão das atividades por causa da greve dos caminhoneiros, as escolas de Londrina retomaram as aulas ontem. As salas ficaram cheias de crianças e adolescentes, mas a falta de combustível nos postos dificultou a ida de alguns professores e alunos e provocou atraso na entrega de ingredientes da merenda
Salas cheias de crianças e adolescentes marcaram o retorno às aulas em Londrina após a suspensão das atividades por causa da greve dos caminhoneiros. A falta de combustível dificultou a ida de professores e alunos às escolas e também atrasou a entrega de ingredientes para a merenda, o que levou à suspensão das aulas de 28 a 30 de maio nas redes de educação municipal, estadual e também na UEL (Universidade Estadual de Londrina). Na sexta (1), logo após o feriado, apesar de ter sido decretado ponto facultativo, alguns estabelecimentos municipais funcionaram para receber gás. Na segundafeira (4), o atendimento foi normalizado.
A secretária municipal de educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, informou que não houve notificação de anormalidade por parte das escolas. “Está tudo tranquilo. Ainda tivemos um pouco de dificuldade para receber alguns tipos de hortifruti, mas como não é o principal produto da merenda, não interferiu no atendimento”, afirmou. O transporte escolar, segundo ela, também funcionou normalmente. A informação da secretária é que a reposição das aulas perdidas será definida em parceria com Conselho Municipal de Educação.
Na rede estadual, a chefe do NRE (Núcleo Regional de Educação), Luzia Maria de Jesus Alves, também garantiu que as escolas dos municípios atendidos pelo órgão retomaram a normalidade. “Tivemos casos de produtos para merenda que seriam entregues, mas ficaram retidas por causa da greve. O serviço foi retomado hoje (segunda) e em breve será totalmente normalizado. Como as aulas foram suspensas, não chegou a faltar gás ou alimentos. Felizmente não enfrentamos desabastecimento”, disse. Segundo ela, o NRE aguarda orientações da secretaria estadual de Educação para informar sobre a reposição das aulas e conteúdos.
FRIO
Apesar do frio, poucas crianças faltaram às aulas no CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) Telma Cavalheri Sanches, no jardim Maracanã (zona oeste). Conforme a diretora Maria Cristina Anzola Alexandre, o funcionamento da creche ficou inviabilizado durante a greve porque os professores são – em maioria – de cidades da região, como Cambé, Arapongas e Rolândia, e não estavam conseguindo chegar em Londrina.
A dificuldade de entrega da merenda foi outro impeditivo. “No início da greve alternamos refeições quentes e frias no almoço e no jantar para economizar gás, mas depois seguimos a orientação da secretaria e suspendemos as atividades”, relatou, lembrando que as refeições são “importantíssimas” para a clientela atendida pela creche. “Muitas crianças chegam logo cedo já esperando o café da manhã”, afirmou.
Ela disse que a maioria dos pais trabalha como diaristas e pedreiros e também tiveram dificuldade para chegar ao trabalho, o que facilitou a permanência das crianças em casa. “Na segunda, ficamos na escola para orientar a comunidade sobre a suspensão”, disse.
Na escola municipal Maestro Roberto Pereira Panico (jardim Vicente Palotti, zona leste), a diretora Thatiane Lopes de Araújo relatou que a frequência dos alunos já está normalizada. “Antes mesmo da suspensão das aulas, muitos alunos faltaram por dificuldade de chegar à escola. As vans do transporte escolar não funcionaram e os pais ficaram sem combustível”, disse.
É o caso da família de Laura Sanches, 10, aluna do quinto ano na instituição de ensino. “Minha mãe enfrentou três filas em postos, mas não conseguiu abastecer. Chegamos a ficar cinco horas na fila”, contou ela, que deixou de ir à escola e comemorava a retomada das aulas. “Quando não venho à escola, sinto falta”, disse.
A diretora informou que, na segunda, a escola ainda não tinha recebido merenda, mas os alimentos em estoque seriam suficientes para atender os alunos até a próxima entrega. “Mas já recebemos materiais de limpeza, acredito que nesta semana tudo volta ao normal”, espera.