Estradas de qualidade: um atraso de 30 anos
Aunião de vários fatores faz o trânsito mais seguro. As habilidades e a responsabilidade das pessoas na condução dos veículos e as boas condições das vias são duas condições importantes. Pena que os dois critérios acabam deixados de lado no Brasil, um dos países campeões de acidentes de trânsito com mortes. São 47 mil vítimas fatais por ano e 400 mil com sequelas. Uma verdadeira epidemia. Um problema de saúde pública.
Estudo divulgado nesta segunda-feira (4) pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) mostra como a infraestrutura das estradas influencia nas estatísticas sobre acidentes. Segundo o estudo “Transporte rodoviário: acidentes rodoviários e a infraestrutura” divulgado hoje pela entidade, as rodovias federais policiadas matam mais de 20 pessoas por dia. A pesquisa também revelou que os acidentes estão relacionados com a qualidade das rodovias e revelou os 100 trechos que concentram o maior número de mortes.
Entre 2007 e 2017, apenas em rodovias federais policiadas foram registrados 1,65 milhão de acidentes, média de 411,3 por dia. No mesmo período, 83.481 pessoas morreram nessa estradas, o que corresponde a mais de 20 mortes por dia. Levando em consideração esses números, o Brasil apresenta um atraso de 35 anos em relação aos países desenvolvidos onde quantidade semelhante de mortes e de acidentes rodoviários era um problema do início da década de 1980.
O documento apresentou os principais fatores que contribuem para a ocorrência dos acidentes e faz uma relação entre eles e as características da infraestrutura rodoviária existente nos locais das ocorrências. Também apontou a frequência e a gravidade dos acidentes segundo o tipo de infraestrutura existente, mapeando, ainda, os 100 trechos rodoviários onde se concentram o maior número de mortes.
Ficou claro que há uma forte relação entre os acidentes e a qualidade das rodovias. Para sair do atraso de três décadas, o Brasil precisa investir em infraestrutura e melhorar a qualidade das estradas. Não se trata apenas de obras estruturais. A inexistência de placas indicativas e de pintura de faixas nas pistas é exemplo de intervenções simples, mas que podem salvar vidas. Muitas dessas 20 mortes diárias poderiam ser evitadas. Cada um tem que fazer a sua parte: motoristas, pedestres e poder público.
Ficou claro que há uma forte relação entre os acidentes e a qualidade das rodovias”