Vítimas de acidentes de trânsito custam R$ 253 milhões ao SUS
Todos os anos, aproximadamente 43 mil pessoas morrem em acidentes de trânsito no Brasil e esse já é o segundo motivo de morte entre as causas externas no País, com maior ocorrência entre jovens e adultos de 15 a 39 anos de idade. No Paraná, dados preliminares de 2017 apontam 2.614 óbitos e outras 9.448 vítimas gravemente feridas. Além da violência, esse tipo de acidente leva à perda de produção devido às lesões ou mortes, com impacto no orçamento público e na renda das famílias atingidas, e implicam gastos para o sistema de saúde.
Em 2016, os acidentes de trânsito no Brasil causaram 180.443 internações pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ao custo total de R$ 253,2 milhões, segundo o Ministério da Saúde. Os números são maiores do que os registrados no ano anterior, com altas de 13,68% no número de internações e de 4,62% em recursos para a saúde. Em 2015, foram 158.728 internações que consumiram R$ 242 milhões. Mais de 50% dos gastos hospitalares foram destinados à recuperação de motociclistas.
Professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná) na área de Segurança Viária e colaborador do ONSV (Observatório Nacional de Segurança Viária), Jorge Tiago Bastos lembra que os custos com os acidentes de trânsito vão além das internações e pagamentos de indenizações. Estimativas conservadoras, afirmou ele, calculam em cerca de R$ 50 bilhões ao ano os gastos com os acidentes, aí computados atendimento médico, seguros de veículos, perda de carga e danos à infraestrutura, entre outras despesas. “Mas se considerar os custos previdenciários e tudo o que o sistema público investiu naquele indivíduo que veio a óbito ou ficou inválido em idade produtiva, como saúde e educação desde o início da vida, os custos podem ultrapassar os R$ 100 bilhões ao ano, o que representa 2% do
PIB (Produto Interno Bruto) nacional”, ressaltou.